Edigles Guedes
Que dano há em meus olhos a de ver?
O mesmo dano que há em a não ter
Perto do meu jardim de delícias.
As tuas víscidas mãos em carícias.
Os teus beijos tépidos, úvidos,
Vívidos, ao pé do meu ouvido…
Causam-me dano por tê-la a palmo
De minhas mãos. Tocá-la por viola
Plangente nos meus braços. Eu, calmo,
Sigo tateando sua tez. Cautela,
Tal qual Pablo Picasso em pintura
Cubista de suas mulheres. Dano
Não há na tela em que o vil dorso dela
Repousa. Amor, que Amor meridiano!…
15-3-2010.
Inspire-se. Surpreenda-se. Viva com leveza. Aproveite os sonetos. O romance. A desilusão. O amor. Leia e curta.
Aquário de Vida
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