O bem que me queres é de cristal:
Que tão delicado fica, que meigo
Se quebra; partido, risca sossego
Por prêmio de tarde arisca. Navego
No regaço de mulher fascinante.
No terraço de felina e bacante
Me encaixoto por inteiro, delírio;
Me sepulto de janeiro a janeiro.
Suspiro… Deleite foi de metal
Fundido no peito frívolo e negro
Diamante… No leito vago restou:
O lençol alvinitente; a ternura
De ferido coração; o rabisco
De canção desaprendida, calou.
Autor: Edigles Guedes.