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Ideia de Cólera



Martelo a mesmíssima ideia…
Em noite morena, penhoro
Coragem nas guelras de peixe…
Com língua-de-sogra no bolso,

Caminho por rua dourada,
À cata de coisa perdida.
Alguém, que deseja o alento
Da sorte, da sina mofina,

Destranca sorriso de escárnio.
Aceno com quengo de calmo;
Embora, por dentro, me bramo

De dores, assaz dissabores.
A gota-serena me pinga
A cólera — crê-me que ginga!

Autor: Edigles Guedes.


Neblina



De risos sérios
A minha sorte
Está cheíssima.

Prantos risíveis
Cortam destino,
Como franzino
Corta comida

Ao meio: sonso!
Mendigo beijo
Escasso. Noite
Que diz: — Almejo!

Brinco de sina,
Transe que mina,
Fim de neblina.

Autor: Edigles Guedes.


Czarina



Tomava tenência,
De modo que toma
A xícara forte
De chá vespertino.

Sentado, à mesa,
Admiro o rosto
Que tanto fascina.
Sinal de demência?

De sério, retoma
Monárquica sorte.
Me faz, por latino,

Amar a bruteza,
Que tanto desgosto
Suscita, czarina.

Autor: Edigles Guedes.


Jaez



Calma tinha, gentil, que me feriste.
Não que sabes o ruir de coração.
Sigo absorto, pensares que se vão,
Tão vexado estou. Persuadiste

Minha Sorte a flanar despercebida.
Sou fronteira a findar, desenxabida.
Triste Sina, formosa, detentora
Meus de ais, que ulceram os ouvidos.

Perto, colho a chaga por partido.
Dói no busto a trama tentadora.
Quem de mim me flagela, sonhadora?

Fora ti, o ninguém me enfastia.
Peço pouco; reforce a garantia;
Meu jaez, de freguês metralhadora!

Autor: Edigles Guedes.


Em pia sem Tampo


No mar trívio, o sol vejo a despertar,
Pintando de azul o horizonte em tela.
A Noite foi deveras chuvas tempestuosas;
As águas bravejavam tardias e impetuosas…

A vela com o vento vivia a flertar…
A Fúria cega, dor de gema amarela,
Queria porque queria tragar os mares,
Setenta de bocejos… Leme, ao léu, aos ares,

Voou… O infausto Navio foi-se a decertar
Com a Sorte e Azar — Cavalo alvo sem sela
A correr embestado por asfalto ou campo

De hipocampos… Eu, sim, deixei-me alertar
Por vãs rimas e estrelas sem rútilas trelas:
A vida — eis o naufrágio em pia sem tampo!…

7-2-2015.

Sorte Retina


Se amei?… Quem desagrada a Rosa biltre e ciosa?…
Eis que tão certamente acolhi seus espinhos,
E abrolhos, e bugalhos, e alhos, e ninhos…
Não sei amar metade e por mente ociosa.

Mas a leda Fortuna assoprou penosa
Desdita em minha lida. Que ais!… Desadoro
Lágrimas minhas secas… Que ais!… Afervoro
Soez razão sem razão — pedra tênue e danosa.

Embotada por pia frustrada e antifaz…
Rosa jeremiou, Rosa!… de navegar foi-se;
Partiu — qual galo a golpe de contorce foice…

O Amor se faz com Amor que cedo se desfaz;
Pois, de Amor em Amor, a roda e triste Sina
Transforma a pulcra Rosa em sua Sorte retina.


1-2-2015.

Aquário de Vida

À mercê dos favônios, Bisviver jigajoga, Bajogar a conversa, Retisnar os neurônios… Lida que se renova. Quem me dera essa trela… Fá...