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Refém



O pobre de mim!
E desde que vi
Os olhos, me ri.
Refém que de ti

Me fiz, por amar.
Mas, como domar
Amor e corcel
No mesmo pincel

Que pinta o céu?
Azul com o mel,
No árduo papel.

Depois, o pastel
Petisco… Esqueço
De ti; amanheço.

Autor: Edigles Guedes.


Quixote



Um pouco de pão,
Sacio a fome.
Aperta barriga
Com sinto fortuito;

Mas, inda que há
Um pingo de mel
No fundo do pote.
Um pouco de mão

E nada consome.
A preta da briga
De cinto e muito.

Mas, inda terá
Cadinho de fel
No mundo, Quixote!

Autor: Edigles Guedes.


Pinote



Ao nascer, galopei a Estrela d’ Alva,
Que brilhava; pondero: trela e calva.
Ao crescer, naveguei estreito mar,
Que bradava; sopeso: leito e lar.

Sorridente, vingou o siso — gato,
Que traquinas, viveu o falso chato.
Diligente, pingou o mel na sopa,
Que salgada, torceu o vento em popa.

O pinote do Amor — cavalo manso
Que solapa o coice brusco e ranço.
A bisonha (que Dor!) veleja oceano

De potocas inúteis. Desço o cano
Da agonia, por onde mordo triste
A fatiga: ocultar o Amor que viste.

Autor: Edigles Guedes.


Lábios de Desapontamento

Uma mulher encostada num tronco de árvore. Um cachecol azul cobre seus lábios.


Esquece-me os teus gentis lábios de mel.
Lábios dóceis, na mente, que me encantam.
Gentis são os teus que gestos desencantam
Viver de falto, e falso, e feio, e fel.

Falta-me metafísica da sórdida
Rosa com seus amargos já macérrimos.
Falsa é a vida, que tão de breve, rimos
De zéfiros — sem porta torta ou saída.

Como uma onda que soez claudica (sonsa);
Pensares entre dois tão descontentes
Quanto a pena e o papel são escreventes.

Fel, que destila vil veneno de onça…
Esquece-me, deveras, sou uma sombra
Que desapontamento a nuvem obumbra!…

4-4-2015.

Aquário de Vida

À mercê dos favônios, Bisviver jigajoga, Bajogar a conversa, Retisnar os neurônios… Lida que se renova. Quem me dera essa trela… Fá...