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Versos que não Cabem na Garganta



Há versos que não cabem na garganta!…
São tão compridos, demais tão compridos,
Que estouram na página de papel almaço,
Em franco olhar de atirador de elite:

Bum! um projétil de palavras sonsas —
Ora miúdas, como formiguinhas velozes;
Ora graúdas, como açúcar no açucareiro;
Ora medianas, como estatística

De dados assombrosos, esquecidos
Na prancheta do tempo remontado.
Há versos que não cabem na garganta!…

São cruéis demais para caberem todos
Na minha mão — mão tão grande quanto o mundo!…
E o que dizer para caberem na garganta?…

Autor: Edigles Guedes.


Aquário de Vida

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