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Sentires



Imensas agonias:
Cabelos pinicados
Me deixam furibundo,
Talvez um de complexo

Sansão. Acaricias
O rosto, malbarato
Amor, de vagabundo
Andar, de circunflexo

Olhar, de carbonato
Tatear, de literato
Ouvir, em errabundo

Trautear! Acabrunhados
Sentires de sujeito
Desperto, que rejeito.

Autor: Edigles Guedes.


Mar em Fúria



O túrbido mar, que canoras as ondas
Se vão triturando, rasgões, hediondas
As vozes das águas em fúria gigante.
Agita desânimo dentro da gente.

Carótida pulsa com medo faiscante.
O corpo, de mórbido, estático; sente
As pernas, de trêmulas, tácitas; quente,

O ventre carece de pulo por boca
Afora; suor escorrega por face,
Agora; bastante gagueja por mouca
A mente. Sossego que tanto me lace

No tempo de duro perigo flagrante!
Cabelos de mar? Evadidos. Demente,
Se dana com náufrago o barco decente.

Autor: Edigles Guedes.


Rosas e Rúpia



As rosas desmaiadas
Esperam por um beijo
De ti; vivificadas,
Sorriem
Caranguejo

Contente por afago,
Carícia
Um agrado
Qualquer
Me embriago
Em lábio descarnado!


E ébrio de volúpia
Navego… Por que rúpia?
Por águas caudalosas,

Por mágoas deleitosas

Subjugo os cabelos,
Desbravo os chinelos


Autor: Edigles Guedes.


Mamulengo



O pobre mamulengo
Que herda avoengo
O bem de venturado:
O queixo derribado,

Os olhos destrinçados,
Cabelos desgrenhados,
Os pés desenxabidos,
Ouvidos inibidos,

As pernas iludidas,
As mãos de avenidas.
Anil insensatez!

Lição desenredada,
Tarefa deslindada:
Madeira putrefez!

Autor: Edigles Guedes.


Lobo



Por nada, amo,
E sou caidinho
Por ancas, dedos
Quadril, cintura,

Cabelos loiros,
As botas leves,
Andar maneiro,
Colares, cheiro,

Humor de greves,
Amor de oiros,
Ardil, pintura,

O jeito quedo,
De mui carinho.
De lobo, bramo!

Autor: Edigles Guedes.


Lente


Roçaguei-lhe os cabelos com os dedos sonsos;
Mergulhei-lhe os anelos com os ledos monstros;
Mastiguei-lhe os desejos com os lerdos lábios;
Mordisquei-lhe os gracejos com os tredos brincos.

Desgastei-lhe os dedos com os olhos bastos;
Consignei-lhe os monstros com suspiros vastos;
Consolei-lhe os lábios com desastres gastos;
Alentei-lhe os brincos com infartos fastos.

Tudo que mentir, os olhos de idade roída.
Tudo que fingir, suspiros de causa saída.
Tudo que sentir, desastres de alma vívida.

Tudo que me dói, infartos da moira lívida.
Antes de findar a liça daquela vida,
Tudo que sofrer! um lente atencioso à lida…

Autor: Edigles Guedes.


Que Aljamia é Esta?


Que aljamia é esta, que queima
No meu peito solar?… Não é a língua
Dos bárbaros, em tanto que se teima;
Nem é a língua dos civilizados,

Que se escreve assaz com polidez!…
É a língua do livro das mil mágoas
Que faz ninho de mim na lucidez;
Em árvore um ninho, que atado,

Agrilhoa-me aos teus fulvos cabelos,
Tão dourados, com sua gravidade
De clara íris; tão esguios e belos,

Que os desembaraçam pétrea chuva
Minha em culta frágua, ó beldade!
Verte favo em mim, caras meles curvas!…

Autor: Edigles Guedes.

Aquário de Vida

À mercê dos favônios, Bisviver jigajoga, Bajogar a conversa, Retisnar os neurônios… Lida que se renova. Quem me dera essa trela… Fá...