Mostrando postagens com marcador Chão. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Chão. Mostrar todas as postagens

Sirvo por Chão



Quando o Sol nasceu,
Vista, decerto, fecha
Pálpebras, mero feito:
Chave que passa trinco!

Quando o sal tremeu,
Língua, deveras, deixa
Céu de mordaz eleito:
Oh! de canela brinco!

Quando o tal cresceu,
Míngua, liberto; queixa
Cerra o pão e pleito:
Lua no vão do zinco!

Sirvo por chão, de cínico;
Gasto miolo clínico.


Autor: Edigles Guedes.


Altura e Largura



A essa altura,
O bonde partiu,
O peito tremeu,
A Lua gemeu.

A essa largura,
O conde ganiu,
O cão desistiu,
O gato moeu.

A essa altura,
Visconde bramiu,
O leito comeu.

A essa largura,
Responde coibiu,
O chão me encheu!

Autor: Edigles Guedes.


Outro soneto

Barril e navio. Naufrágio. Tempestade. Ondas grandes e furiosas.



Palavra tonteante e cruel disseste-me.
Sopraste no ouvido meu leonino,
Que magoou vocábulos sentidos.
Eu fiquei sem chão: só barco sem leme.

Paredes que apalpei de sóbria cal.
Contorço-me no fio demais fininho,
Que me sustenta, cá, no ar desatino.
Minha língua pressente a pá de sal.

Quedei-me no sofá pasmo da sala.
Um longínquo tormento e colossal
Inundou-me a alma já dilacerada.

Ó bendita palavra! que me fere,
Que me rasga, que fisga grão punhal
Na boca ávida, rude carne: cárcere!…

9-10-2016.


Aquário de Vida

À mercê dos favônios, Bisviver jigajoga, Bajogar a conversa, Retisnar os neurônios… Lida que se renova. Quem me dera essa trela… Fá...