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Você Suporta



No Livro Santo está escrito,
Sim: “Suportai-vos uns aos outros”.
Ah, Deus! Meu Deus! Meu Deus! Meu Deus!
E eu que não suporto um sorriso

De gato ou sequer um latido
De cão? Se alguém me olha de lado,
Atravessado, qual fiofó
De calango, sou bem capaz

De irromper a Terceira Guerra
Mundial, só pra ver o cabra
Se borrando de medo, ali!

Mas, você? Suporta esse mundo,
Como um Atlas sustenta o mundo
Em seu dorso
— a mais tão divino?

Autor: Edigles Guedes.


Quesito: Gato



Um gato me galga…
Um bicho trombudo,
Com mimo troncudo,
Capaz de arrepios

No peito da gente…
As quatro canelas
Provocam canseiras
E diz-me asneiras,

Ao pé de ouvido…
A boca boceja,
Ronrona: cereja

Que lambe sua pata
Andeja. No rabo,
Solfeja, me acabo…

Autor: Edigles Guedes.


Cangalha



Olhar de esguelha,
Como quem o quer…
Divícia querendo…
Os olhos suplicam…

Meiga mão requer…
O vício fervendo…
Na veia, claudicam

Os ternos olhares…
Fruto, não pomares…
E cai uma telha…
O gato hesita…

Novel parasita
Delira: cangalha
Em rude abelha?

Autor: Edigles Guedes.


Cemitério



Longe, muito longe daqui,
Houve fato fútil, de rima
Leve, solta; doce estima
Brota, como mal de zumbi.

Noite faz terror de zabumba.
Passo moitas mil; cemitério
Late muitas almas: mistério
Dobre; fora, ventos; a tumba

(Cão que dorme, lago de sonho;
Mocho coça perna pirata;
Gato vivo anda risonho)

Abre, sim, desperta coveiro,
Ouve voz de sonsa barata.
— Mãos estica, pai de chiqueiro!

Autor: Edigles Guedes.


Alice de Lewis Carroll



O Gato Sorridente
Assusta-me bastante.
A menina Alice,
Entretanto, coragem

Esbanja. Diamante
E sopa de tampinha,
Personagem em vida?
A Rainha sustente

O cetro de calmante.
O fogo que atice
O reinado. Linguagem:

Disparate errante,
Que bota-me na linha,
Por discreto, duvida?

Autor: Edigles Guedes.


Altura e Largura



A essa altura,
O bonde partiu,
O peito tremeu,
A Lua gemeu.

A essa largura,
O conde ganiu,
O cão desistiu,
O gato moeu.

A essa altura,
Visconde bramiu,
O leito comeu.

A essa largura,
Responde coibiu,
O chão me encheu!

Autor: Edigles Guedes.


Manteiga em Fuça de Gato



Cartaz: a madame
Sorri e convida.
Um mundo de sonhos,
Que abre janelas.

Por mim, desfastio
Que bate à porta.
Cansado, semeio
As plantas em horta.

A moça, que brame,
Me chama — quimera!
Almejo milagre.

Da vez, propaganda:
Passar a manteiga
Em fuça de gato.

Autor: Edigles Guedes.


Mundo



Há o mundo virado:
É cachorro com tosse,
É lagarto com posse,
É mosquito a nado,

É o gato com fogo,
É o rato com gosto,
É o pato disposto,
É o mato de rogo,

É ouriço com medo,
É toutiço de ledo,
É o grito com gripe.

É papel com o clipe.
É a lesma de jipe.
Eis que mundo azedo!

Autor: Edigles Guedes.


Não te Deixes Vencer



Quando vires a mim, por obséquio,
Peço: deixa tristonho Pinóquio,
Tão egrégio, seguir descaminho.
Rude, feres alguém que sozinho

Vaga? Ruas de quinas, falácias;
Becos, curtos, de mil peripécias.
Chuto muito tampinhas a esmo.
Nave voga vulgar, ensimesmo.

Gato lufa por essa estrada.
Mocho luta, chirria e brada.
Cão que ladra e pouco que morde.

Eu que nada padeço; de lorde
Ando, queixo vexado, disperso.
Não te deixes vencer por Perverso.

Autor: Edigles Guedes.


Pinote



Ao nascer, galopei a Estrela d’ Alva,
Que brilhava; pondero: trela e calva.
Ao crescer, naveguei estreito mar,
Que bradava; sopeso: leito e lar.

Sorridente, vingou o siso — gato,
Que traquinas, viveu o falso chato.
Diligente, pingou o mel na sopa,
Que salgada, torceu o vento em popa.

O pinote do Amor — cavalo manso
Que solapa o coice brusco e ranço.
A bisonha (que Dor!) veleja oceano

De potocas inúteis. Desço o cano
Da agonia, por onde mordo triste
A fatiga: ocultar o Amor que viste.

Autor: Edigles Guedes.


Gato



Rumoreja os verbos cerúleos.
Trabucava amores hercúleos.
Ronronava soídos cosméticos.
Repenica espinhos domésticos.

Solevava a cauda patética,
Que passeia por pena morfética.
O estranho sorriso que morde.
O trejeito que pousa de lorde!

O sujeito dourado que corre.
O valente de botas, que torre!
Antevê a vergonha insossa.

Amarelo, vomita a bossa.
O faminto que caça os ratos.
Aboqueja doestos baratos.

Autor: Edigles Guedes.


Aquário de Vida

À mercê dos favônios, Bisviver jigajoga, Bajogar a conversa, Retisnar os neurônios… Lida que se renova. Quem me dera essa trela… Fá...