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A Areia e o Ciúme



A areia, que range a saia roçagante,
Anui este ciúme bimaculado,
Que aflora no meu sentido, bronzeado
Por riso de suspeita mirabolante.

Presumo, néscio, todas as coisas tolas,
Tais como: o raio que te parta, o trovão
De léxicos tonitruantes, o baião
De dois ou três, em triângulo, beiçolas

E línguas, ávidas e imundas, se juntas,
Em treda traição, o sangue jorrando,
Um tiro seco nas aflições defuntas,

Revólver raiva, cospe fora esse fogo
De quem cúpido quer o corpo, chorando,
Porém, olvida-se da piedade em jogo.

Autor: Edigles Guedes.


Leio Virgílio



Roma castigada por fogo
Surdo, chamas tão movediças,
Nero a perseguir os cristãos,
Veleidade vã do poder,

Consome que a lucidez mais
Humana, em desvario mortal
De déspota sanguinolento,
Crivando as noites de horror.

Enquanto isso, leio os meus versos:
Os bárbaros não se inclinam
Modismos aos civilizados.

Nestes versos, barbaramente,
Vejo-me escritos. Ao final,
Leio Virgílio, de tropeço.

Autor: Edigles Guedes.


Biliro




Que prende o fero
Cabelo, mantido
Por belo e tido
Por muito; tolero.

Olívia Palito
De tão magricela.
Da cor de baixela,
Que deita no fogo.

Premente, hesito.
Um beijo que rogo;
Me dás o biliro.

O signo sugiro.
Madeixa segura;
Mas peno secura!

Autor: Edigles Guedes.

Alice de Lewis Carroll



O Gato Sorridente
Assusta-me bastante.
A menina Alice,
Entretanto, coragem

Esbanja. Diamante
E sopa de tampinha,
Personagem em vida?
A Rainha sustente

O cetro de calmante.
O fogo que atice
O reinado. Linguagem:

Disparate errante,
Que bota-me na linha,
Por discreto, duvida?

Autor: Edigles Guedes.


Sorriso



Sorriso brando, que me apavora.
De vez em quando, (confesso, ora!)
Me põe de joelhos dormentes, como
Laranja lívida sem o gomo.

O braço bambo, que me devora.
Que lê os lábios, em boa hora;
Movê-los nunca, me sabes tomo
De livro aberto. Gracioso gnomo

Que sou! O gesto, que me censura,
Por riso intruso em conversa alheia.
Se brinco brusco contigo, freia

O labro. Fito a chiclé cintura,
Que bota siso em cachola dura.
Birrento fogo, que me apura!

Autor: Edigles Guedes.


Prometeu Acorrentado 2




Foi-se o preso lamento na garganta,
Aguilhoado está meu útero ser…
Aguilhoado está meu fígado a tanta
Pedra; cá, sofrimento e por haver…

Foi-se o aplauso, que fora recebido
Por salaz igual, tão caro a mim…
Restou-me esse bom fígado, lambido
Por perversa de língua águia carmim…

Nesses, trons escarpados, rebos expio
O meu crime: de trair minha progênie,
Por amar quantas gentes, de arrepio…

Eis, pois, já que me sofre o Destino
— Fogo, dor que exânime da sânie!…
Louco sou por sonhar sem juízo ou tino?…

Autor: Edigles Guedes


Aquário de Vida

À mercê dos favônios, Bisviver jigajoga, Bajogar a conversa, Retisnar os neurônios… Lida que se renova. Quem me dera essa trela… Fá...