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Cemitério



Longe, muito longe daqui,
Houve fato fútil, de rima
Leve, solta; doce estima
Brota, como mal de zumbi.

Noite faz terror de zabumba.
Passo moitas mil; cemitério
Late muitas almas: mistério
Dobre; fora, ventos; a tumba

(Cão que dorme, lago de sonho;
Mocho coça perna pirata;
Gato vivo anda risonho)

Abre, sim, desperta coveiro,
Ouve voz de sonsa barata.
— Mãos estica, pai de chiqueiro!

Autor: Edigles Guedes.


Olhos



Aqueles olhos grandes
Que cortam voz de súbito.
E eu que sou o súdito:
Vassalo teu. Me brande

Espada, quis graúda.
O peito teu que pulsa.
Bater o sus! Expulsa
Os lábios teus, miúda?

No sonho vi: cavalo,
Ginete, mão de ferro,
A terra fértil, valo,

Castelo forte, tarde…
Aqueles olhos… Berro.
A alma ferve, arde!…

Autor: Edigles Guedes.


Se Deus



Se Deus quiser…
Um beijo deito
Na face lívida
De Dama vívida.

Se Deus disser…
Um peito feito
De linda pérola.
A mil, carola

Enruga alma…
Amante quedo
Por ti. O fedo

Do sol espalma
As luzes. Cedo;
Dilúvio tredo.

Autor: Edigles Guedes.


Cego



Me tira sossego
O rijo lamento
De alma sentida.
Bendita que lida

Inteiro o tipo,
De tudo um pouco!
Baú: serventia
Da coisa banida.

Me fica o cego
De olho atento.
O cão, de guarida.

E vou, participo
Do mundo, um louco
Em cru cercania.

Autor: Edigles Guedes.


Voz



Simpático som
De tua a voz
Me deixa cabreiro.
Ninguém me escuta

No ermo sertão.
Aqui, o negror
Consome a alma.
Mimético tom

De rude atroz;
Capaz de, coveiro,
Me dar a cicuta

Por duro sermão.
Aqui, o ardor
Esgota a calma.

Autor: Edigles Guedes.


Aquário de Vida

À mercê dos favônios, Bisviver jigajoga, Bajogar a conversa, Retisnar os neurônios… Lida que se renova. Quem me dera essa trela… Fá...