Roçaguei-lhe
os cabelos com os dedos sonsos;
Mergulhei-lhe
os anelos com os ledos monstros;
Mastiguei-lhe
os desejos com os lerdos lábios;
Mordisquei-lhe
os gracejos com os tredos brincos.
Desgastei-lhe
os dedos com os olhos bastos;
Consignei-lhe
os monstros com suspiros vastos;
Consolei-lhe
os lábios com desastres gastos;
Alentei-lhe
os brincos com infartos fastos.
Tudo
que mentir, os olhos de idade roída.
Tudo
que fingir, suspiros de causa saída.
Tudo
que sentir, desastres de alma vívida.
Tudo
que me dói, infartos da moira lívida.
Antes
de findar a liça daquela vida,
Tudo
que sofrer! um lente atencioso à lida…
Autor:
Edigles Guedes.