Há dias que não é brinquedo;
Todos, sérios, fogem do enredo
Da hilariante vida; o medo
De alguma calamidade,
Anunciada nos jornais
Matutinos, antes do meio-
Dia em ponto, sol a pino;
O medo que uma barragem
Qualquer estoure suas águas,
Cheia de lama tola e mágoas,
Cheia de vidas despojadas.
Há dias que não se profere,
Ao menos, Amor — murcho em terra
Rasa do coração humano!
Autor: Edigles Guedes.