Retângulo tenso, firmado no soalho.
Destranca o gáudio, brotado no borralho.
As palmas (que curvas!) me lançam um sorriso.
As pernas entortam, silentes. E reviso
O livro das horas, às quatro da matina.
Candeia luzente, conquanto a buzina
De carro troveja. O livro rumoreja
Agruras e lástimas; sono sacoleja
Vigília; os olhos por triz que desfalece.
A forma: estética gris empalidece.
A mesa me chama; a pálpebra estica.
E eu surpreendo-me: — Chega de peitica!
Amiga belisca; despeço-me da lida.
A mesa, porém, permanece — traduzida.
Autor: Edigles Guedes.