Escondeu-se
o pranto na boca insensata,
Quando
a lágrima ilustre pingou fóssil
pingo,
Deveras,
molhou minha face — acrobata
Da
dor humana, a qual desfruta de perigo.
Escondeu-se
o manto no corpo sem braços
—
Que mil vezes me abracem!… em desvairados
Abraços,
como fossem de levianos laços
De
Lua, mel, fel, sorrindo os sorrisos raros.
Escondeu-se
o meu tato em tua boca ingrata,
Que
mamava da gata o leite, em vis deleites
De
luxúria — o luxo de quem nunca acata
O
Amor e seus desejos castos ou ardentes.
Escondeu-se
em minhas fibras ora exânimes,
Febre
por tua anil carne, lábios e dentes!…
Autor:
Edigles Guedes.