Mostrando postagens com marcador Muro. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Muro. Mostrar todas as postagens

Olhos



Os olhos irisados
De quem, abençoado,
Sorri; alicerçado
Em muro de cristal.

Os frágeis, esfalfados,
Me pousam, de repente,
Na mesa abstinente
De louça e graal.

Os ágeis, agachados,
Repousam, de contente,
No leito
— a semente
De prisco o fanal.

O lume afoitado,
Que singra, ajuizado!

Autor: Edigles Guedes.


Bosque



Caminho por bosque.
A dura cerviz
Dispõe os apuros
Contigo, Senhora.

Remédio que há?
O simples parir
De pernas, carreira.

Você? Desenrosque
A cara! Prediz
Profeta o furo
No muro, agora.

Raposa, de má,
Que vá colorir!
Que venha asneira!

Autor: Edigles Guedes.


O Barco que eu sou

Um barco inclinado. Atracado no litoral. Um pássaro empoleirado no barco. A lua envolve o pássaro e uma parte do barco. É noite.



Desadoro o difuso azul de meigos olhos,
O pouco verde muro de música pele.
Bravio, que me lanças, ó mar!… Eis compele
Sargaços sobre o meu dorso aos duros molhos.

Desadoro esse informe gesto de teu rosto,
Tampouco do incolor sujo de tuas pernas.
Vento de valorosos brios, ó, com ternas
Palavras furibundas a bom tira-gosto!…

Desadoro as selvagens ondas mais umbrosas,
Como lenços nocivos que choram sem rosas.
Qualquer dia arvorarei velas em plúmbeas ilhas?…

Desadoro o barco que, decerto, eu sou.
Barco cego, nu, tosco e mouco, que passou
Da linha de refregas pelas Tordesilhas.

5-4-2015.



Aquário de Vida

À mercê dos favônios, Bisviver jigajoga, Bajogar a conversa, Retisnar os neurônios… Lida que se renova. Quem me dera essa trela… Fá...