Segure
a panela com duas mãos rijas.
Esprema o alumínio contra a pia
fixa,
Até que saia suor em caldo, aos mergulhos.
Bem, lave
o fundo e todos os mínimos furos.
Pegue outra panela já
seca e suja.
Aos borbotões, que abra a torneira; que fuja
A
mão com espuma e bom sabão, calado e cálido!…
Desta
forma, aos poucos, cala-se cru e ázimo,
Tempo perdido
entre uma bolha e outra…
Aos
pingos, que escorra a imundície insana!…
Navego-me
por entre ondas…
Quantas ondas
De detergentes!… Minha face surta e
muda
Diante da limpeza demais almejada:
Vaga e voa veloce,
a pequena bolha!…
Autor:
Edigles Guedes.