Bem-te-vi,
ó meu bem-te-vi!… Por que choras assim,
Repetindo as palavras
fúteis, trombeteando
De mim? Dando notícia de quem jamais te
quis
Bem ou mal. Ó passarinho! que cozinhas o tempo
Com
língua de portas abertas ao mundo, farto
De injustiças e
outros infortúnios pessoais.
Quem me dera sonhar com um planeta
melhor,
De ventura e de paz infindas, longe da
guerra
E seus rumores, longe dos azares em dança
De
sina, longe dos lances de dados ou jogos
De força bruta, só
pra ver quem é o mais forte,
Longe da destruição em
massa das florestas,
Longe, muito longe, daqui, tão longe
daqui,
Que sou capaz de alcançá-lo num simples pulo.
Autor:
Edigles Guedes.