Tu eras peludo até que dizer
basta;
Levantavas as patas tristes,
gastas;
Amor davas, querer sem
recebê-lo
Em troca, por ser esse ato mui
belo;
Lambias o meu rosto em afago
fora
De hora, embora enjeitasse eu
no agora;
Que sempre balançavas, cheio,
o rabo
— Eras tão alegre quão
caldo de quiabo;
Tu, só tu, manso e amigo, cá,
guardava-me
Do trovão, do ladrão,
qualquer enxame
De abelha mui carnívora ou
vexame.
Quem me dera que Amar tão
simples fosse
Assim!… Aí, veio um carro,
vrum, vrum!… Foi-se
O cão, catarro qual sem
brusca tosse.