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Mastigava



Ah! caso eu pudesse… mastigava-te todinha,
Como se mastiga um fruto suprimido pelo
Prazer inconfesso de mastigá-lo, bocado
Por bocado, em boca sequiosa por um beijo.

Sem embargo, tu não te rendes aos meus desejos
Mais rútilos, de fruta caída do pé de árvore,
Despedaçada aos teus pés de anjo, tão docemente
De lascívia aos desfrutes dada, devoradora.

Ah! caso eu pudesse… mastigava-te, frutinha
Por frutinha, como se colhesse uma flor, feita
De amor e artimanhas muitas, a carícia eleita,

O dengo escondido na víscera de perfeita
Criatura: mulher, ainda que demais aflita
Ou afoita, suscetível aos temperos da cólica.

Autor: Edigles Guedes.


Você Sorriu



Não sei que prazer
Me deu? Na manhã,
De hoje, tudo rútilo.
Um pássaro canta:

Está alegre ou triste?
Talvez ele cante,
Porque sim existe.

Prazer com que anda?
Por que você está
Tão vexado? O Sol
Não largou o fulgir.

A rua, calva, sem
Pingo de pé ou gente.
E você sorriu?

Autor: Edigles Guedes.


Verso Martela



Um verso martela
Na minha cabeça,
Não leva consigo
Balela, nenhuma.

Não traz o refúgio
Ao pé de si mesmo.
Avante prossegue,

Tal como paquete
Que singra o Oceano,
Por simples brinquedo.

Um verso martela,
Sem pé ou cabeça…
Conduz-me em abraços
Amigos, mas tardos…

Autor: Edigles Guedes.


Mágoa



Sombrinha tácita, na mão,
Girava aquém, girava além…
O pé, depressa, faz alguém
De leso — cisma que brotava

No meu regaço; vegetava
Por siso afora, de bufão.
Gozar o beijo por vintém?
Sonhar que pode; intervém,

Porém, donzela com vergonha.
Acanho viça; mas, proponha
Um dócil ósculo na fronte,
Àquela, não que desaponte…

Justo é que pague com chorar,
Quem tanta mágoa deflorar.

Autor: Edigles Guedes.


Favorita



O mar cobiçando
Das ondas, fineza.
O lar dardejando
A flecha mui tesa.

Saudade liberta,
Mas sigo por certa
A rota que tira
A mágoa. De lira

Em punho, chilreio
Cantiga. Passeio
Por nau singular.

O calo me grita
Do pé. Favorita
A mão por versar.

Autor: Edigles Guedes.


Quesito: Gato



Um gato me galga…
Um bicho trombudo,
Com mimo troncudo,
Capaz de arrepios

No peito da gente…
As quatro canelas
Provocam canseiras
E diz-me asneiras,

Ao pé de ouvido…
A boca boceja,
Ronrona: cereja

Que lambe sua pata
Andeja. No rabo,
Solfeja, me acabo…

Autor: Edigles Guedes.


Chita



De ti, retirado,
Por mãos do Destino,
Avante prossigo…

Estrada, perigo,
O vão desatino
E tudo mais sofro!

O pé calejado
Por rua descalça.
Tropeço realça
O grande desgosto.

Aflige sentença
Por Dama sem crença
Na minha desdita.
Saudade por chita!

Autor: Edigles Guedes.


Voz Desafino



Careço de ti,
Que não me acata
Desejo latente
Por Dama troveira.

Careço de Pi,
Coelho silente,
Em braços de gata.
Amor que me cheira!

Pareço um chim
De fronte esguia
E pé de enguia?

Caroço de mim,
De tão pequenino,
A voz desafino!

Autor: Edigles Guedes.


Beijo?



Ao pé da porta,
Avisto torta
A moça. Minto;
E nada vejo!

Em pé, escuto
A voz de meiga
A Dama. Leiga
Me chama. Bruto,

Atendo. Passo
Portal. O braço
Me treme. Sinto

Amor no bucho.
Será o luxo,
O árduo beijo?

Autor: Edigles Guedes.


Ingrata



E fora de si,
De tão descontente,
Caminho por rua.
Asfalto tolero.

O pé, que resvala,
Me fala de ti,
Ingrata por tudo!
De mim, um suspiro

Voava em giro,
Em vão, o dolente.
Navega a Lua.

O mar, de sincero.
Estrela pedala.
O vento, saúdo.

Autor: Edigles Guedes.


Socorro



Enquanto sorria,
O tórax balança,
Volita a trança,
A tez me alcança.

Enquanto corria,
O choro cessava,
O lodo mimava,
O silvo medrava.

Enquanto sorria,
O pé convidava…
Lascívia que brada!…

Enquanto corria,
O pé resvalava…
Socorro, alada!…

Autor: Edigles Guedes.


Café, o Outro



A liça judia?
A cruz me redime?
Passado espia?
Presente oprime?

Futuro fervia?
Agouro deprime?
Cadarço servia?
Sapato reprime

O pé ardiloso?
O fuste manhoso,
De líquens chorosos,

De próprio conhece?
O céu amanhece.
Café arrefece.

Autor: Edigles Guedes.


Escada



Detém-te, agora, na tesa escada;
Antes que teu pé tropece e caías.
Caíres, serei a tua meiga almofada,
Para que não te machuque as saias.

Se te machucas, capaz de perder
Cabeça, sou, sem piscar os meus olhos.
Que pé louvável! capaz de ofender
Princesa fácil, travando aos molhos

Um nó em garganta franzina e nutrida!
Eu é que perco as palavras mimadas,
Só por pensar em tuas magras feridas!

O que seria de mim, se tu choras?
Fico a colher essas rosas sagradas…
Queixas escoam dos lábios teus, ora!

Autor: Edigles Guedes.



Aquário de Vida

À mercê dos favônios, Bisviver jigajoga, Bajogar a conversa, Retisnar os neurônios… Lida que se renova. Quem me dera essa trela… Fá...