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Escorrer dos Segundos



Esse escorrer miúdos dos Segundos,
Perante o cabreiro do relógio,
Me deixa vivaz, bastante porto,
Onde tais barcaças fazem pose

De peixe, em aquático motejo
Ou vaca provida de umas tetas,
Ou respostas,
moídas as perguntas…

Esse escorrer fluido dos Segundos,
Perante os ponteiros do relógio,
Me deixa loquaz, bastante torto,
Tal como Bentinho penteava

As de Capitu, suas madeixas,
Ouvindo murmúrio de umas queixas
Tão tênues, tão vagas, tão viçosas

Autor: Edigles Guedes.


Manhãs



Amo as manhãs que tecem as plácidas nuvens no céu…
Amo o salgueiro imponente, embalado pela canção
Vã de ninar dos ventos sibilantes; tardo, pois não…
Amo as tardes sonolentas de brinquedos senis…

Quem escondeu o meu trenzinho de metal tão barato?…
Quem me ofendeu com sorriso desmazelado, sem tato?…
Quem me desceu a mão, com violência, fazendo-me triste,
Como triste é o canto da araponga?… Minto? Me riste?

Amo o tinir inexorável do ritmo do relógio…
Amo o frigir dos ovos numa frigideira qualquer…
Amo o pingar das águas no chuveiro, banho me quer…

Quem escondeu o meu queijo de Bodocó, desacato?…
Quem me ofendeu com esgares de palhaço?… Caminha pato,
Jeito de quem desengonçado repara o cós da calça…

Autor: Edigles Guedes.


Coragem



Atino com Existência, que redime
A mágoa, no exclamante calabouço
Do peito, num aljube de bramidos…
O plácido Minuto, que me oprime

O cálido desejo de formosas
As mãos, em madrugada de aflição…
O nítido paquete me comprime
O tórax de Esperança, que fugaz

Navega pelas sete freguesias…
Retumba forte assaz Monotonias
Das Horas claudicantes em relógio,

Com ácidas manobras dos ponteiros…
Coragem de Pintinho em galinheiro,
Enquanto Malandrim anda à espreita…

Autor: Edigles Guedes.


Cabide



Urubu perneta suporta calças.
As camisas plangem. Vestido realça
Aparência sóbria, de quem dorido
Rumoreja canto de viés cerzido.

No pernoite, surge um homem fino,
Da grossura cruel de palito. Sino,
Que tilinta, gruda em mim sonido.
Um cachorro lambe o alguém, latido.

Urubu contempla vestuário tido
E flexível, custo de suor banido.
Um relógio cuco enxota a hora,

Que escorre, cru. Ampulheta ora,
Desenreda toda volúpia, agora.
Por enquanto, andejo por aí, afora.

Autor: Edigles Guedes.


Aquário de Vida

À mercê dos favônios, Bisviver jigajoga, Bajogar a conversa, Retisnar os neurônios… Lida que se renova. Quem me dera essa trela… Fá...