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Mente Vitrola



O vão desperdício
De léxicos, cios
De gatos nas telhas.
De fato, nas quelhas

Embrenho-me, sigo
O signo de amigo,
Na falta de flauta,
Pra canto e consolo.

O brado de nauta
Me faz acordar.
Comprido de sono,

Me volvo a xingar:
Que vá, carambola!
A mente vitrola.

Autor: Edigles Guedes.


Tivéssemos Asas



Ah! se tivéssemos asas,
Como os pássaros!… Casas
Faremos, de galho em galho…
Seremos felizes, caro

Amigo do tempo oblíquo…
Saudade faria morada
Em nosso peito perspícuo?…
A mágoa voaria pra longe…

A lágrima sorriria
De felicidade pia…
Ousaria alguma tristura

Despertar-nos da quimera?…
Viveremos sem amargura,
Tão segura na moldura…

Autor: Edigles Guedes.


Leva



Me leva contigo
Pra mundo d'além

De modo que tem
Um firme abrigo,

Na ponte. Prossigo
E, dentro, umbigo
Me traz um castigo,
Benigno amigo

Da minha cacunda.
A terra inunda
O cheiro de flores.

A vista de cores
Atufa. Amore
s
Acudam-me dores!


Autor: Edigles Guedes.


Besouro



Debaixo da mesa
Esconde besouro,
Que sonda tesouro
E tanto sopesa.

Besouro, amigo,
Que leva consigo
O casco: castigo
Por casto perigo.

Existe defronte
A si um geronte
Que sou, por incúria.

Malgasto a fúria.
Sandália desfiro.
Adeus! interfiro.

Autor: Edigles Guedes.


Vencido



Porventura o soído de peito meu me entontece?
Por que a moça falsa me dera seu ferimento?
Se proscrito vago por ruelas, sem pagamento
Por serviços magros; divago, sem o se apresse.

Porventura o doído de jeito meu me arrefece?
Por que a moça sonsa me dera seu arrebique?
Diadema canta mistério seu e chilique.
Um lamento trova; alvoroço seu concedesse.

Que calor troveja em meu talvez peregrino!
Que clangor suspeita por seu algoz desatino!
Uma escada eleita capricha em pétreo castigo.

Os flagrados, mão na botija, pai com desgosto.
Os vizinhos falam à boca torta, opostos.
O vencido vinga, ao vencer por bônus amigo.

Autor: Edigles Guedes.



Travesseiro



Travesseiro, amigo benigno das horas,
Que detém claudicantes ensejos na porta,
Que nos leva ao paraíso dos seixos ignotos,
Que nos move fagueiros ao mundo medonho.

Pesadelos que deitam burguês calafrio.
O martelo que põe-me bonés e delírio.
A tenaz que comprime fingido escrúpulo.
O fajardo suprime fastioso percurso.

Me amofina por noite afora, adentro.
Descortina pedrês lobisomem, vampiro;
Situações de piloura, o fado incerto.

Consciência tolero de pulcros detritos,
Que me banha em banho de gris madrugada,
Que me sonha em sonho de noivo e grinalda.

Autor: Edigles Guedes.


Coração Ferido por um cão Perdido II


Tu eras peludo até que dizer basta;
Levantavas as patas tristes, gastas;
Amor davas, querer sem recebê-lo
Em troca, por ser esse ato mui belo;

Lambias o meu rosto em afago fora
De hora, embora enjeitasse eu no agora;
Que sempre balançavas, cheio, o rabo
— Eras tão alegre quão caldo de quiabo;

Tu, só tu, manso e amigo, cá, guardava-me
Do trovão, do ladrão, qualquer enxame
De abelha mui carnívora ou vexame.

Quem me dera que Amar tão simples fosse
Assim!… Aí, veio um carro, vrum, vrum!… Foi-se
O cão, catarro qual sem brusca tosse.

9-2-2015.

Coração Ferido por um cão Perdido I


Se, de Amor, coração jaze ferido?…
Direi que não!… Quiçá decepcionado
Por esse lago claro que indeciso
— Tua partida de cão abandonado…

Sem assombro, achei-me compelido
A adejar por esquinas, ruas do bairro…
Machuquei as tampinhas, voei narciso,
Espanquei moribunda Lua de siso,

Estacionei pulcrícomo meu riso
Na garganta grandiosa de Gargântua…
As estrelas que riam da desnua

Agonia, sofreável: querer ver-te;
Embora, no meu imo, a ave verde
Dizia-me da razão que não, conciso.

8-2-2015.

Aquário de Vida

À mercê dos favônios, Bisviver jigajoga, Bajogar a conversa, Retisnar os neurônios… Lida que se renova. Quem me dera essa trela… Fá...