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Natal, o Outro



Me cumpre pedir
Bocado de paz.
Menino Jesus,
Atende a prece.

Me cumpre sentir
Pecado voraz?
Menino e Deus,
Por ti esmorece

O homem tirano!
Que posso o dano
E faço, mas sano

Injúria com pranto?
Sossego que canto
Ao pé sacrossanto!

Autor: Edigles Guedes.


Você Suporta



No Livro Santo está escrito,
Sim: “Suportai-vos uns aos outros”.
Ah, Deus! Meu Deus! Meu Deus! Meu Deus!
E eu que não suporto um sorriso

De gato ou sequer um latido
De cão? Se alguém me olha de lado,
Atravessado, qual fiofó
De calango, sou bem capaz

De irromper a Terceira Guerra
Mundial, só pra ver o cabra
Se borrando de medo, ali!

Mas, você? Suporta esse mundo,
Como um Atlas sustenta o mundo
Em seu dorso
— a mais tão divino?

Autor: Edigles Guedes.


Deus



Escape no dia de perigo;
Disparo, mas inda te bendigo.
Benesse me sonda no abismo;
Benefício de que tanto cismo.

A volta por cima surpreende.
O laço liquida. Compreende
Partícula ínfima, vagido.
Acredito por querer sentido.

Socorro no rijo sorvedouro.
A peste que foge na ausência.
O benigno no sofrer: tesouro.

O monte tremula na presença.
Espírito brama na essência.
O bendito no viver: sentença.

Autor: Edigles Guedes.


Se Deus



Se Deus quiser…
Um beijo deito
Na face lívida
De Dama vívida.

Se Deus disser…
Um peito feito
De linda pérola.
A mil, carola

Enruga alma…
Amante quedo
Por ti. O fedo

Do sol espalma
As luzes. Cedo;
Dilúvio tredo.

Autor: Edigles Guedes.


Ave Alígera

Uma pessoa com cão. E mais três pessoas. Todas numa ponte. Ao fundo, um pássaro voando alto. É um pôr do sol. O quadro usa as cores: laranja vivo, vermelho suave e preto nítido.



Voou minh’alma contrita: ajo por ida
Sem volta. Queira Deus!… que na partida,
Encontres o que não pude te dar;
O afeto que convinha com enredar;

O carinho solícito de duas
Mãos sem mágoas de agruras, ou sem nódoas;
O beijo que singelo, sem aleivosias;
O anelo — tal relevo sem falésias.

Vai!… Esquece-me o vulgar verme daninho!…
Rasga-me como um mau papel almaço!…
Risca-me de tua agenda, o pulcro ninho!…

Ave alígera vai!… Voe pra laço
De à toa passarinheiro! Cá, definho,
Perdido em minério de selva e aço.

3-4-2015.


Aquário de Vida

À mercê dos favônios, Bisviver jigajoga, Bajogar a conversa, Retisnar os neurônios… Lida que se renova. Quem me dera essa trela… Fá...