A areia, que range a saia roçagante,
Anui este ciúme bimaculado,
Que aflora no meu sentido, bronzeado
Por riso de suspeita mirabolante.
Presumo, néscio, todas as coisas tolas,
Tais como: o raio que te parta, o trovão
De léxicos tonitruantes, o baião
De dois ou três, em triângulo, beiçolas
E línguas, ávidas e imundas, se juntas,
Em treda traição, o sangue jorrando,
Um tiro seco nas aflições defuntas,
Revólver raiva, cospe fora esse fogo
De quem cúpido quer o corpo, chorando,
Porém, olvida-se da piedade em jogo.
Autor: Edigles Guedes.