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Resta-me



Quão graúdo é fugaz desarranjo!
Não do meu intestino frouxo,
Que fica pesado de fezes,
Mas nunca pesado de amor!

Resta-me o sorriso, que arranjo
Num canto arnês de lábio roxo.
Desfaço o laço de talvezes,
Quando desce o tardio sol-pôr.

Resta-me o debique, como arte
De amor frustro ou fúria medida
Nos dedos da mão comedida.

Resta-me o silêncio, como arte
Que restruge nos meus ouvidos,
Agora, moucos, por olvidos.

Autor: Edigles Guedes.


Laço e Beijo



Se me estimas,
Não te estimo;
Se me sonhas,
Não te sonho.

Somos duas
Partes
todo
Níveo. Tuas
Mãos enlaçam

Embaraço
Sou carente
De teu braço.

Sei que aguente
Miúdo laço
Beijo quente!

Autor: Edigles Guedes.


Moça na Teia



A noite padece
Lamúrias remotas
E, dentro do peito,
Saudade chilreia.

Amor que carece
De livros e prece…
E tu bisbilhotas
A tez poliglota,

Que fala do leito
De mãos deleitosas.
Espalhas as rosas

Por onde desfaço
O sórdido laço
De moça na teia.

Autor: Edigles Guedes.


Abraço



O pouco som do mar;
O rouco tom: amar…
Artelhos — limbos bambos;
Advém: amamos ambos.

Joelho — lindo tombo;
Martelo — eu que zombo —
Me bate peito; sina
E sorte: misto-quente.

Suave, bela crina…
Cavalo grão carente
De vento forte, fronte.

E sinto queda ponte;
Detido, faço laço
De mim, em grão abraço…

Autor: Edigles Guedes.


Laço de Fita



O laço de fita
Me deixa tartufo!
O peito estufo;
Inflamo a chita

Com beijos ardentes.
Belisco os dentes.
Os lábios cortantes
Me ferem. Cavouca

Lascívia, guarida?
Palavras errantes
Me fogem da boca.

Ciúme desponta.
A faca de ponta.
Você que se cuida!…

Autor: Edigles Guedes.


Mistério de Tatu



Dali a pouco,
Tatu, de louco,
Me fez barulho
E diz bobagem.

Pespega soco,
Me faço mouco.
Ouvido sério;
Conversa, não.

E sai embrulho:
Desfaço laço
E fiz coragem.

Tatu, mistério,
Me dá abraço,
Aperta mão.

Autor: Edigles Guedes.


Deus



Escape no dia de perigo;
Disparo, mas inda te bendigo.
Benesse me sonda no abismo;
Benefício de que tanto cismo.

A volta por cima surpreende.
O laço liquida. Compreende
Partícula ínfima, vagido.
Acredito por querer sentido.

Socorro no rijo sorvedouro.
A peste que foge na ausência.
O benigno no sofrer: tesouro.

O monte tremula na presença.
Espírito brama na essência.
O bendito no viver: sentença.

Autor: Edigles Guedes.


Ave Alígera

Uma pessoa com cão. E mais três pessoas. Todas numa ponte. Ao fundo, um pássaro voando alto. É um pôr do sol. O quadro usa as cores: laranja vivo, vermelho suave e preto nítido.



Voou minh’alma contrita: ajo por ida
Sem volta. Queira Deus!… que na partida,
Encontres o que não pude te dar;
O afeto que convinha com enredar;

O carinho solícito de duas
Mãos sem mágoas de agruras, ou sem nódoas;
O beijo que singelo, sem aleivosias;
O anelo — tal relevo sem falésias.

Vai!… Esquece-me o vulgar verme daninho!…
Rasga-me como um mau papel almaço!…
Risca-me de tua agenda, o pulcro ninho!…

Ave alígera vai!… Voe pra laço
De à toa passarinheiro! Cá, definho,
Perdido em minério de selva e aço.

3-4-2015.


Aquário de Vida

À mercê dos favônios, Bisviver jigajoga, Bajogar a conversa, Retisnar os neurônios… Lida que se renova. Quem me dera essa trela… Fá...