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Por que Amo?



Por que amo, com tal força,
Estas flores
calcadas,
Por pés incautos, tardos,
Que dano
s me entrelaçam?

Por que amo? Por feitio,
A meia adriça, bêbado
Por perfume; fastio;
A química do cio,

Que me
dispõe na esquina
Da ilusão, por teus beijos;
Teu bailar de felina;
Fera punge
traquejos.

Por que amo, com tal força
Cilígera,
essa moça?

Autor: Edigles Guedes.


Desaforo



Não me faça desaforo!
Não tolero desatino!
Não suporto violino,
Como canto duradouro,

Numa tarde graciosa!
Onde fica o sentimento,
Já crescido no tormento?
Terra bruta e preciosa

É capaz de partejar
Bons os frutos, com as flores
Lindas? Nau de baldear

Entre ditos e gracejos.
Faca puxo de vapores
Mil, mas feitos a bosquejos.

Autor: Edigles Guedes.


Ao Caminhar




As flores, aos poucos,
Fenecem nas ruas.
Calçadas me gritam;

Lamentam as dores
Por mim: um tão podre
Ninguém de sapatos

Puídos, surrados
Por vida de cão,
Que vira a lata
Em cada esquina.

E, melro que não,
Me torno um canário
De país olvidado,
De préstimo alado.


Autor: Edigles Guedes.

Leva



Me leva contigo
Pra mundo d'além

De modo que tem
Um firme abrigo,

Na ponte. Prossigo
E, dentro, umbigo
Me traz um castigo,
Benigno amigo

Da minha cacunda.
A terra inunda
O cheiro de flores.

A vista de cores
Atufa. Amore
s
Acudam-me dores!


Autor: Edigles Guedes.


Trago Flores



E trago flores
Nas mãos risonhas.
E tu me sonhas
Nos braços. Cores

De íris rodam
Mundéu afora.
Ao léu, agora,
Os beijos podam.

E trago dores,
Também, de vida
Cruel, de lida

Babel. Se fores,
Me traga figo

Final que digo

Autor: Edigles Guedes.


Rasga Carne



Lanço flores, ao vento;
Peço cores, ao tempo;
Canto dores, à tarde;
Dentro, peito que arde!

Sinto boca sedenta;
Minto: ninho sustenta
Pinto
— fome aumenta?

Lanço chores, ao vento;
Danço dores, de manha;
Dó e flores acanha;
Canto peito chaguento.

Finjo pouco ciúme;
Faca: muito de gume,
Rasga carne
— estrume!

Autor
: Edigles Guedes.


Borboleta e Eu



De o
uro, borboletas
Se vão por entre flores…
Navega suas dores,
Por mares de sarjetas…

As asas de cornetas
Miúdas e caretas
Provocam riso
s — setas
Que voam como retas,

Além do infinito —,
Enquanto eu espirro
A linha em negrito.

Na terra, me acirro,
E qual um cão escrito
Em casa, eu me grito!

Autor: Edigles Guedes.


Conversa com Sabiá



Tremor nas vestimentas,
Ou antes, nos alentos?
As flores sonolentas
Me fogem — uns inventos

Nas horas de fadiga.
E eu que lhe persiga
O rígido gracejo.
De Dama, o ensejo

Por dia venturoso.
E ando cobiçoso
No quarto de dormir.

O mundo há de vir.
O homem sorrirá
Dos males, sabiá!

Autor: Edigles Guedes.


Flores



As flores que levo
À mão e entrego
A ti, a Senhora,
Titã pecadora.

Me leva ao lago
De braço hirsuto!
O beijo, reduto
De fino afago.

Me faz um mendigo
De laços. Contigo,
Acabo-me sério.

Carência que sigo
Por fome de trigo.
E há um mistério.

Autor: Edigles Guedes.


Buquê



Buquê de flores,
Que tanto amo.
Galante, dou-te
À minha Dama.

Depois, a nuvem
De cheiro terno
Conquista faro.
Buquê de dores,

De vil, desamo.
Revés alçou-te
À minha lama.

Seguir, o homem
Enxerga verno
Amor que saro.

Autor: Edigles Guedes.


Horizonte



O folgar os ósculos em óculos pandos.
Traquejar a caça, o caçador, em zarpando
Triste nau do ancoradouro da paz banal.
Plange cru do sumidouro da luz, fanal.

O calcar crepúsculos em opúsculos iambos.
Marejar à tarde, o pescador ditirambos.
Rede e sal do sorvedouro da cruz fatal.
Flui anzol no sangradouro do sus letal.

Barco voga por ôndulas tão claudicantes!
Vai canoa de tísicas mãos tonitruantes!
Medra os olhos previstos. Cortês horizonte,

Que esmaece as cores ternárias do fronte;
Que entontece as flores cenário de mares;
Que enobrece as ostras canários em pares.

Autor: Edigles Guedes.


Flores Singelas



As singelas flores, ao pé da cova,
Dormem já insones, pois jazem mortas;
São de meu amor por ti a pura prova,
Eu que vivo não, mas a Hora torta…

Esta, de asas guias tem, ainda chova
Canivete, nada carece, absorta,
A viver no mundo da Lua… Ah! Alcova
Do meu triste ser, ardil sem a porta!…

Que não sei se minto e o pranto cai…
Que não sei se sinto e o pingo sai…
Salta vale e campo, meu torso grito!…

O porém que dói, sufocado ai!
Que palpita duro, enforcado, atrai
A espada fria da alma ou rito.

Autor: Edigles Guedes.


Aquário de Vida

À mercê dos favônios, Bisviver jigajoga, Bajogar a conversa, Retisnar os neurônios… Lida que se renova. Quem me dera essa trela… Fá...