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Natal, o Outro



Me cumpre pedir
Bocado de paz.
Menino Jesus,
Atende a prece.

Me cumpre sentir
Pecado voraz?
Menino e Deus,
Por ti esmorece

O homem tirano!
Que posso o dano
E faço, mas sano

Injúria com pranto?
Sossego que canto
Ao pé sacrossanto!

Autor: Edigles Guedes.


Carrossel



Cavalos que giram
Em torno do eixo.
Os olhos que miram
As luzes e queixo.

Destranco as mãos;
E elas se vão
Em voo sarcástico.
Sorrir de ginástico

Sorriso. Monárquico
Me sinto. Anárquico
Menino de asas.

O peito em brasas.
Primaz diversão,
Em terno verão.

Autor: Edigles Guedes.


Bola



Bola que rola no piso
Rijo, cingido de branco.
É necessário atravanco.
Eu alvoreço que friso.

Esse menino com jogo
Mais varonil, que conheço.
Sou polidez, de tropeço.
Amo silêncio, que rogo

Tanto. Barulho que logo
Fúria desperta, ligeira.
Ah! que saudade me queira!

É peripécia que afogo
Minhas prantinas em peito
Brando, cativo deleito.

Autor: Edigles Guedes.


Passos



Restrugem pela estrada os passos de cetim.
Tesoura tosquia tarde e tímpano, assim.
Menino brinca, folga címbalo de beca.
Um homem solta a voz de tátaro. Rabeca

Que coa sua corda cínica e acesa.
A saia pula e voa, pânico arrevesa.
As pernas trilam canto sádico. A chuva
Persiste, tomba cãs magnânimas. A saúva

Que marcha, isenta e solta, cândida pantera.
Viúva açaima o peito, espúria que pondera.
Trigueira assoma, jeito de onça à sincera.

Solteira rosna atroz lamúria que tolera.
À margem, ronca algoz leão com o bramido.
E eu o pouco sei além do que sabido!

Autor: Edigles Guedes.


Tonteira



O poema se contorce em linhas agudas.
O doente se comove; espinhas e bulas.
O peixe no aquário: diz que das gulas?
As linhas no papel se vão vagabundas;

Que tecem umas letras gris, navegando
Por entre umas tardes; frios aos montes!
A toalha de penedos foge, defronte
Ao grande condolente, mar tateando.

Um pé de tamarindo pinga as mágoas
De lépidas torneiras. Baldes de águas
Que caem da veraz faceta, chaleira.

Vagir que despedaça berço e menino!
Rebento com perder e dor, desatino!
Quiçá um que destroça nuvens, tonteira!

Autor: Edigles Guedes.


Sinas Poéticas



Um poldro pendurou seu pio lamento
Na dura entrelinha, que eclode
Em trela… Eu sei tão que bela ode
Se escreve em martírio de tormento!


O Pégaso que voa sem asas, crinas,
A pele sem pós; é raso de mim
Ou eu mero inteiro, de carmim?

Pois, onde que terminam minhas sinas

Poéticas pacóvias, cosmológicas?

Trebelhos de menino mui traquinas,
Em mim, dentro?… Cavalo sou e lógicas?…

Divago, imensuráveis rios estreitos

Cavalgo por louváveis nuas esquinas
Caminho por inseto, laço e leito…

26-3-2014.

Perdida é a Rosa



Sorri, ao passar o Tempo — macabro
Menino de asas, sequer um rosto…
Trocista, terrível, com peito glabro,
Propaga nas vidas um til desgosto…

Debocha das minhas galochas tolas,
Tal como debocha do passo à toa…
Perdido porque é nas róseas auréolas
Do parque da minha infância… Destoa

Genuíno do barco no mar (que sou!)…
Cruzando os sete já mares dantes
Singrados, embora secos… Estou

De sempre partida, sem um começo…
— Me dera que tudo fosse qual antes!…
Por isso, que, tempo ao tempo, eu te peço…

Autor: Edigles Guedes.


Aquário de Vida

À mercê dos favônios, Bisviver jigajoga, Bajogar a conversa, Retisnar os neurônios… Lida que se renova. Quem me dera essa trela… Fá...