Vagando vai a vaga, voa voluptuosa!…
Navega dura, onda a onda, que me sonda…
Flutua frauta, assaz dorida e fragorosa…
Por onde anda tão famigerada onda?…
Que vai vergando nu o mastro da marítima…
Que nau!… Serei o canto, o brado da Odisseia?…
Que vai soprando a vela de sereia íntima!…
Que cospe aranha em sua intrincada teia!…
A nau — sabor da vaga —, cavalo trotava
Por águas, finos líquidos de parca outrora…
Uma alga pífia, lívida, como salgava
Os braços lentos! qual a menina dengosa!…
No firme Céu, que tão bela Lua decora
De azul e pálio, cútis esta mui formosa!…
Autor: Edigles Guedes.