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Rasga Carne



Lanço flores, ao vento;
Peço cores, ao tempo;
Canto dores, à tarde;
Dentro, peito que arde!

Sinto boca sedenta;
Minto: ninho sustenta
Pinto
— fome aumenta?

Lanço chores, ao vento;
Danço dores, de manha;
Dó e flores acanha;
Canto peito chaguento.

Finjo pouco ciúme;
Faca: muito de gume,
Rasga carne
— estrume!

Autor
: Edigles Guedes.


Porta



Que abre e fecha
O cofre de fera.
Madeira de lei…
Me deixa por rei

Em casa ou ninho.
Um tal passarinho,
Imune por ti.
Conchego, que doce,

Me faz o sorri.
A mão, que na fouce,
Melhor, que no trinco,

Me leva ao sonho,
De quando enfronho
Amor com afinco.

Autor: Edigles Guedes.


Ave Alígera

Uma pessoa com cão. E mais três pessoas. Todas numa ponte. Ao fundo, um pássaro voando alto. É um pôr do sol. O quadro usa as cores: laranja vivo, vermelho suave e preto nítido.



Voou minh’alma contrita: ajo por ida
Sem volta. Queira Deus!… que na partida,
Encontres o que não pude te dar;
O afeto que convinha com enredar;

O carinho solícito de duas
Mãos sem mágoas de agruras, ou sem nódoas;
O beijo que singelo, sem aleivosias;
O anelo — tal relevo sem falésias.

Vai!… Esquece-me o vulgar verme daninho!…
Rasga-me como um mau papel almaço!…
Risca-me de tua agenda, o pulcro ninho!…

Ave alígera vai!… Voe pra laço
De à toa passarinheiro! Cá, definho,
Perdido em minério de selva e aço.

3-4-2015.


Que Aljamia é Esta?


Que aljamia é esta, que queima
No meu peito solar?… Não é a língua
Dos bárbaros, em tanto que se teima;
Nem é a língua dos civilizados,

Que se escreve assaz com polidez!…
É a língua do livro das mil mágoas
Que faz ninho de mim na lucidez;
Em árvore um ninho, que atado,

Agrilhoa-me aos teus fulvos cabelos,
Tão dourados, com sua gravidade
De clara íris; tão esguios e belos,

Que os desembaraçam pétrea chuva
Minha em culta frágua, ó beldade!
Verte favo em mim, caras meles curvas!…

Autor: Edigles Guedes.

Aquário de Vida

À mercê dos favônios, Bisviver jigajoga, Bajogar a conversa, Retisnar os neurônios… Lida que se renova. Quem me dera essa trela… Fá...