Tenho febre. Tenho febre. Febre
Com pintas de tais letras maiúsculas,
Capaz de rilhar os dentes. Fome
Finita veraz febre lateja…
Janela veio bradando por febre…
E tenho as mãos amargas, os pés
Tão tristes de febre, que me arde
Na boca, na língua, nos devassos
E vãos olhos, na velha e tardia
A tez, na fronte de paquiderme.
Confesso que gosto de escrever
Com febre; todavia, o que se escreve
Com febre, quando se está são,
Não vale sequer tostão furado..
Autor: Edigles Guedes.