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Ao Caminhar




As flores, aos poucos,
Fenecem nas ruas.
Calçadas me gritam;

Lamentam as dores
Por mim: um tão podre
Ninguém de sapatos

Puídos, surrados
Por vida de cão,
Que vira a lata
Em cada esquina.

E, melro que não,
Me torno um canário
De país olvidado,
De préstimo alado.


Autor: Edigles Guedes.

Aquário de Vida

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