Mostrando postagens com marcador Leito. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Leito. Mostrar todas as postagens

Água e Vida



Água esmorece sobre a pia:
Fio fininho, pois, se finda;
Té não sobrar sequer suspiro
Da torneira, que ora sofria…

Sofria de saudade tão pingue…
Por bocadinho, quase o queixo
Cai da fronte, intacta de lágrimas…

A vida desabita as páginas
De tais lamúrias encardidas,
Por fábula acúlea das mágoas…

A vida, de quando, deságua
No leito de outra vida idília;
Não perde tempo com lamúrias,
Antes, engendra mais a vida…

Autor: Edigles Guedes.


Amor



Cambaio, deito
Por sobre relva,
Se bem que leito
Melhor seria.

A gota pinga,
A chuva xinga,
A folha vinga,
A dor à míngua.

Amor à língua.
Amor sacia,
Amor à selva

De pedra rude.
Comigo peito
Avém; ilude!

Autor: Edigles Guedes.


Aperto



Um hausto grande,
Que sorvo, breve,
E tenho pressa.

Viver carece
De curto dito
Ou longo mito?

Torcer as grades
Que prendem brados
De nós cifrados?

Jazer em leito,
De largo — lago
De sono fundo.

Caber em peito…
Aperto, pago.

Autor: Edigles Guedes.


Moça na Teia



A noite padece
Lamúrias remotas
E, dentro do peito,
Saudade chilreia.

Amor que carece
De livros e prece…
E tu bisbilhotas
A tez poliglota,

Que fala do leito
De mãos deleitosas.
Espalhas as rosas

Por onde desfaço
O sórdido laço
De moça na teia.

Autor: Edigles Guedes.


Olhos



Os olhos irisados
De quem, abençoado,
Sorri; alicerçado
Em muro de cristal.

Os frágeis, esfalfados,
Me pousam, de repente,
Na mesa abstinente
De louça e graal.

Os ágeis, agachados,
Repousam, de contente,
No leito
— a semente
De prisco o fanal.

O lume afoitado,
Que singra, ajuizado!

Autor: Edigles Guedes.


Pneumonia



Recebi provento da agonia,
Ao vê-lo prostrado demais no leito
De enfermaria, com o desfeito
Sorriso na boca, que padecia.

O peito maduro tornou-se pio,
Pequenino, murcho, ante desgraça
Que me abatera a catadura.
A médica disse nome nefasto,

Duro: — Apresento a pneumonia
Nos Raios X. Tórax sofre, bravio.
Micróbios devoram alvéolos gastos.

Me retiro, sala de dor perdura
Na memória bruta. Que liquefaça
A mórbida dor em acrobacia!

Autor: Edigles Guedes.


Lençol



De branco, me cubro,
Do quengo aos plintos.
No leito, repouso
Depois de um dia

Maçante. O tédio
Desperta-me, sério.
No meio da noite,
Coragem palpita.

O peito, de rubro,
(E dentro que sinto?)
Me faz curioso.

O quê desafia?
Mulher, de açoite,
Fustiga a chita?

Autor: Edigles Guedes.


Altura e Largura



A essa altura,
O bonde partiu,
O peito tremeu,
A Lua gemeu.

A essa largura,
O conde ganiu,
O cão desistiu,
O gato moeu.

A essa altura,
Visconde bramiu,
O leito comeu.

A essa largura,
Responde coibiu,
O chão me encheu!

Autor: Edigles Guedes.


Leito



Pinóquio à mesa.
O vento volteia.
Um forte briguento
Disputa por mão

De bela donzela.
E durmo que deito.
Convém contramão.
Lobato, franqueza.

Aranha em teia.
Sabugo sedento
Discute com cão,

Por tênue mazela.
E pouso no leito:
Cabeça, que não…

Autor: Edigles Guedes.


Cuscuz



O tronco de cone,
Que nunca por clone
O dito passou.
Cabeça de grou.

Compacto vigor
Que goza favor
Da séria natura.
A simples brandura

Dilata os flocos
De milho. Os blocos
Suspiram fumaça.

Vapor que abraça
O cróceo do leito;
Mas eu me deleito!

Autor: Edigles Guedes.


Aquário de Vida

À mercê dos favônios, Bisviver jigajoga, Bajogar a conversa, Retisnar os neurônios… Lida que se renova. Quem me dera essa trela… Fá...