De chamar, cansou-se o nobre coração;
A clamar, ardeu-se a vulgar benevolência;
Por bradar, goelou-se a banal concupiscência;
Por berrar, gelou-se a traquina aspiração.
O fidalgo coração julgou-me insano;
A vergar benevolência, viu-me em pranto;
A zangar concupiscência, foi-se em espanto.
A travessa aspiração rasgou-me o engano.
Que enxugue secas as lágrimas, suspiro!
Que machuque moças as nádegas, aspiro!
Que transite rudos os náufragos, vampiro!
Porque lágrimas restrujam, gôndolas voam?
Porque nádegas retumbem, rótulas troam?
Porque náufragos ribombem, léxicos soam?
Autor: Edigles Guedes.