Mostrando postagens com marcador Berço. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Berço. Mostrar todas as postagens

Livro, Soprano



O prazer corpóreo desse livro,
soprano!
Apalpar a carne ou couro, quando encapado
Explorar a letra impressa, de saltimbanco
E ninar em dedos lívidos o tamanho

Das palavras, ora níveas, ora sombrias

Acalento, meu regato muda-se em berço
Pra acolher desejo, fato estranho, inconfesso,
Que prolongo, incertas horas ficam de brisas,

O deleite frui, fruição de quem se enamora
Por estreito corre-corre, como formigas
Em fileiras
dó, desgosto forte, mitigas.

E mastigas dote, posse dada, demora
Do contato feito, mãos em dança por folhas.
Entretanto, sofro muito gozo, às escolhas.

Autor: Edigles Guedes.


Pensares de Fortes



A brisa, em seguida,
Embirra, faz bico,
Assenta sua língua
Pra fora da boca.

Eis o Eu desnutrido,
Sem trens de ninar,
Sem mãos pra nadar,
Ainda no berço.

Me sinto o sentido
De afável ternura,
Sem dita bravura;

Sonhando, alicerço.
Pensares, doridos;
De fortes, vividos.

Autor: Edigles Guedes.


Senhora e Eu



Senhora, não te agaste!

O céu, por bento, confirme
O meu desígnio de nobre
Ventura
Siso de cobre,

Que tenho, não o rejeito;
Embora goste sujeito
À rédea curta e firme.

Senhora, não me brindaste
Com beijos cálidos, fartos
De lábios tardos, infartos
Com
vistos braços e laços!

Devoram vis embaraços,
Enquanto deito-me, suxo,
Em berço largo de luxo.

Autor: Edigles Guedes.


Requeijão



Está-se deitado no berço da mesa,
E dorme, tranquilo. Canção de ninar
Embala o sono. Canção de tacanha…
Veraz geladeira, que velha e burra!

Avenha com facas, talheres condoídos.
Aqueles que atinam da morte em sua vida.
Feridos que gravam a gula do homem,
Sujeito de escassas palavras na boca.

Carneiro, que mudo, se abate, amolda.
A rodo, desdita avizinha, a sonsa.
Deslembra recado. Saber do botim,

Chutar o traseiro pesado da vítima.
Comê-lo de só uma dentada dileta:
Niquice de quem se entranha na liça.

Autor: Edigles Guedes.


Tonteira



O poema se contorce em linhas agudas.
O doente se comove; espinhas e bulas.
O peixe no aquário: diz que das gulas?
As linhas no papel se vão vagabundas;

Que tecem umas letras gris, navegando
Por entre umas tardes; frios aos montes!
A toalha de penedos foge, defronte
Ao grande condolente, mar tateando.

Um pé de tamarindo pinga as mágoas
De lépidas torneiras. Baldes de águas
Que caem da veraz faceta, chaleira.

Vagir que despedaça berço e menino!
Rebento com perder e dor, desatino!
Quiçá um que destroça nuvens, tonteira!

Autor: Edigles Guedes.


Aquário de Vida

À mercê dos favônios, Bisviver jigajoga, Bajogar a conversa, Retisnar os neurônios… Lida que se renova. Quem me dera essa trela… Fá...