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Norte


Por que me sorris,
Com teu riso sáxeo?
Se você não quis,
Jogue-me no aéreo

Do avião bimotor;
Só assim de dor
Serei mui feliz!
O mar: bem-me-quis;

Onde meu delírio,
Gentileza-lírio,
Deixa-me com ares

De frutos. Pomares
Nadam por esporte?
Amarrei meu norte?

Autor: Edigles Guedes.


Verso e Fera



Não sei se chego;
Não sei se fico;
Não sei se digo;
Não sei se mexo.

Esqueço, nisso:
Que brota dentro
De mim, narciso
Ou riso mero?

E fujo, visto
Que rude sigo
Por ru
ela aceita.

No peito, surge
O verso
ruge
A fera
eleita.

Autor: Edigles Guedes.


Siso e Riso



A rocha esbraveja
Palavra imbecil.
A roda espumeja
A lavra sem til.

Senti que passado,
Com ímpar em mim.
O senso perdi,
Compasso de alado.

O pássaro lindo,
Revista de moda.
O pasto florindo,

A vista acomoda.
O siso, topei;
Em riso, abispei.

Autor: Edigles Guedes.


Pai que Sonhei



O quepe, na cabeça, a mimar.
O sabre descostura com a mão.
Tapete, que sondava cafuné,
Agora, decretava um revés.

O sonho que retém o caminhar.
As nuvens, no terraço, pipocar.
Bigode inquieto… Outorgar
Uns ares de fidalgo… Desmentir

Desenho de cachorro ardiloso.
E, presto, arrebento o sorriso.
Estendo as mãozinhas ao longevo

Idoso. Gratifica gargalhada.
Com riso, circunscrevo abobada
Palavra, que me leva, buliçoso.

Autor: Edigles Guedes.


Flor de Cloro



Desperto, em plena
Manhã, com planos
De ler um livro

Fugaz, que lavro
De mui pequeno,
Em dia quínio


Contém na caixa:
Dilúvio, setas,
Detido coxo.
E tu, que hesitas,

Desfazes riso,
Sentires dores,
Pensares
flor
De tanto cloro!


Autor: Edigles Guedes.


A Areia e o Ciúme



A areia, que range a saia roçagante,
Anui este ciúme bimaculado,
Que aflora no meu sentido, bronzeado
Por riso de suspeita mirabolante.

Presumo, néscio, todas as coisas tolas,
Tais como: o raio que te parta, o trovão
De léxicos tonitruantes, o baião
De dois ou três, em triângulo, beiçolas

E línguas, ávidas e imundas, se juntas,
Em treda traição, o sangue jorrando,
Um tiro seco nas aflições defuntas,

Revólver raiva, cospe fora esse fogo
De quem cúpido quer o corpo, chorando,
Porém, olvida-se da piedade em jogo.

Autor: Edigles Guedes.


Perplexo



Parece pássaro encantado,
Em fonte de água deleitosa,
Sequer observa em redor,
Atento ao ato de sorver.

O líquido magro e fino
Escorre por bico de hino:
A sede gulosa ao viver.
A cúmplice fronte com dor,

Por não amar completamente
O instante, cujo demorado
O beijo deixa-me perplexo.

O riso me sonda cabal.
E vivo me queres de mau-
Humor ou pavor de fritura.

Autor: Edigles Guedes.


Riso de Escárnio



De muitos os sonhos, que tive pequeno,
Se foram depressa. Disseram adeus?
Asinha partiram, e, sim, me deixaram
Com tanto salgado na língua. Museus

De tralhas, gargalo de micos longínquos,
Me torno. Respiro profundo, retomo
O fôlego. Voz desvanece nos ares.

Me lembro de tempos pretéritos, vivos
Em quengo desperto, capaz de sorrisos
Imensos: a praça nutrida de gentes;
As pipas que voam; pipocas assadas;

Os peixes, em tanque; domingos no parque.
Mas tudo se foi. Desembrulha a quimera
Um riso de escárnio; vagido vertera.

Autor: Edigles Guedes.


Bola de Gude



Quantas vezes nos divertimos,
Nas manhãs de sol escaldante?
Quantas vezes nos distraímos
Com os dedos mui fervilhantes?

Porventura grilo dormita?
Há um cântico, serventia
Para todo nó, cobardia?
Ou apenas somos formigas

No afã das horas amigas?
Há um riso de ironia?
Um escárnio, na agonia?

Ah! conquista anda contrita,
Como bola, gude de grita!…
Desvario me abatia…

Autor: Edigles Guedes.


Baixei a Lenha



Chorei a noite toda
Por Dama fútil, moda
Piegas, mundo velho.

Mamei à tarde; soda
Bebi; a cama faço;
Tossi; a perna passo.

Larguei o senso relho
Por siso novo; roda,
Que viva, faz-me troça!
A onça bruta coça;

Guará que rude roça.
E piso bota, poça;
E riso brota, boca.
Baixei a lenha rouca!

Autor: Edigles Guedes.


Noite ao Lar



Dessa noite jogada ao lar,
Como joga a caça de sede;
Onde onça despenca embuste;
Onde o caçador desarruma

Cabelo, tez, aprumo, instinto.
A Lua, sim, tolera estrela
De brilho breve, pus, horizonte
Escuro. Mocho cruja. O riso

Me rasga — aluguel de pavor,
Que nervos os deglutem, se for
Obséquio de glutão lazarento.

Moirejo na lavoura dos sonhos;
E, lá, percalço brinca de luta,
Esconde o desfrute da liça.

Autor: Edigles Guedes.


Baldio



Que não te falei?
A noite deturpa
A vista dos olhos.
Aqui, destravei

O riso meloso.
Coruja, que pia,
Me dá arrepio.
O mito sedoso

Invade bravia
A mente; usurpa;
Congela medroso

O corpo. Notei.
Terreno baldio,
De onde cismei.

Autor: Edigles Guedes.


Escape



Centavo, no bolso.
Caminho por rua
Estreita. A Lua
Desbota um riso.

Estrela espreita
Casal carinhoso.
Um grilo manhoso
Cantava; enjeita

O papo de sapo;
Coaxa sorriso.
Mansinho que piso.

A mão desembolso.
Convém, por fiapo,
Um lindo escapo.

Autor: Edigles Guedes.


Grito



Impulso de bom
Falar, que se freia.
Amante de tom
Acerbo, que feia

A voz arrebenta
Em teus desgarrados
Ouvidos. Pimenta…
Consumo arados,

Labuto a terra,
Ofício na serra.
E tudo que faço;

O faço calado:
O grito do laço,
O riso cansado.

Autor: Edigles Guedes.


Aniversário



Data ditosa que nasceste.
Anjo, decerto, a trombeta
Toca, anuncia a chegada.
Ente de muitas presepadas.

Prezo o riso que fizeste.
Mão de criança e chupeta
Botam a gente comovido.
Bênção de Pai, o Celestial.

Velas acesas, que sabido!
Batem as palmas, de trivial.
Teus parabéns, os declamados

Versos de quem o descortiça.
Venço a lágrima postiça,
Lábia e consolo demasiados.

Autor: Edigles Guedes.


Balde



Boca aberta para embolsar o vil desuso.
Sempre pronto para suportar o lixo escuso.
Quando peito plange, o debulhar de ledas lamas.
Quem me dera fosse prolongar o medo esconso!

Seu chorume chora candideza tão ferida.
Só, desfralda grita destemida tão olvida.
Há chatice, riso descortina, mão na grama.
Quem me dera fosse perlongar o tempo sonso!

Seu desdém, estático, perdura; quem conhece
Seu enlevo tácito? Candura cai, fenece.
Seu açúcar fora da panela, ocre pele.

Sei que fala muito, de calado, quedo em canto
Sem parede, como tartaruga, festo em pranto.
Sem rudeza, cose badaladas sem o “ele”.

Autor: Edigles Guedes.


Bactérias



As batatas fritas de tuas pernas,
Longilíneas, deitam-me afrontas ternas!
O que digo faz o sentido ou senso
A pular, de galho em galho, feito

O macaco sabe que seu defeito:
Os cambitos — laços demais extensos?
Escapole riso, vivaz pilhéria.
Recriminas; siso, exiges; léria.

Esticar o beiço por bruta birra.
Inflamar o peito de pulcra esfirra.
Desatar o bico de bicho em férias.

O que digo verte linguagem ácida.
O galgar de gata dengosa, plácida.
Destronar as tontas, gentis bactérias!

Autor: Edigles Guedes.


Aquário de Vida

À mercê dos favônios, Bisviver jigajoga, Bajogar a conversa, Retisnar os neurônios… Lida que se renova. Quem me dera essa trela… Fá...