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Nem Todos os Dias são Maio



Nem todos os dias são maio…
Há dias que a queixa explode,
Há dias que o choro se alegra,
Há dias que os vivos padecem,

Há dias que os mortos remoçam,
Há dias que o tédio demora
E não quer sair nem com a gota-
Serena! E você fica triste,

Igualzinho ao peixe torto,
Debruçado nas grades tortas
Do aquário, esperando a morte

Da bezerra, que não vem; vem?
Aí, uma lágrima quer brotar
Em seu rosto… Mas, você é forte!

Autor: Edigles Guedes.


Tivéssemos Asas



Ah! se tivéssemos asas,
Como os pássaros!… Casas
Faremos, de galho em galho…
Seremos felizes, caro

Amigo do tempo oblíquo…
Saudade faria morada
Em nosso peito perspícuo?…
A mágoa voaria pra longe…

A lágrima sorriria
De felicidade pia…
Ousaria alguma tristura

Despertar-nos da quimera?…
Viveremos sem amargura,
Tão segura na moldura…

Autor: Edigles Guedes.


Pirulito, Menina



Cilindro e esfera
Unidos: pirulito.
A língua acelera
O gosto de pantera.

A boca, em berlinda,
Mastiga guloseima.
O dente regozija!
O lápis que redija:

Bastante felicito
O suco benfazejo
— Açúcar e desejo.

Menina, que infinda
A lágrima me teima?
Amor de a toleima!

Autor: Edigles Guedes.


Você é Forte



Você é forte, e isto é o bastante…
E tranque a lágrima em sua fronte;
E tranque às sete chaves, como se tranca
Um cofre cheio de moedas de ouro; e tranque

Sem fazer barulho algum, sem despertar
Os outros sonâmbulos, vagam que por aí,
Entre esquinas e ruas, vilas e vilarejos,
Nas grandes cidades, mas não sabem o porvir…

Desconhecem da Lua, o seu vagido; desconhecem rugido
De Sol nutrido, a sua alegria insondável de viver,
De sonhar os sonhos mais estúpidos, e inda assim sonhar.

Quando se sonha o
Impossível, tal como o Sol nesta manhã de janeiro,
É possível, sim, ouvir o marulhar do mar a quilômetros de distância,
E sonhar, simplesmente sonhar, com dias melhores, sem nuvens para anuviar…

Autor: Edigles Guedes.


Febre Anil



Escondeu-se o pranto na boca insensata,
Quando a lágrima ilustre pingou fóssil pingo,
Deveras, molhou minha face — acrobata
Da dor humana, a qual desfruta de perigo.

Escondeu-se o manto no corpo sem braços
— Que mil vezes me abracem!… em desvairados
Abraços, como fossem de levianos laços
De Lua, mel, fel, sorrindo os sorrisos raros.

Escondeu-se o meu tato em tua boca ingrata,
Que mamava da gata o leite, em vis deleites
De luxúria — o luxo de quem nunca acata

O Amor e seus desejos castos ou ardentes.
Escondeu-se em minhas fibras ora exânimes,
Febre por tua anil carne, lábios e dentes!…

Autor: Edigles Guedes.


Aquário de Vida

À mercê dos favônios, Bisviver jigajoga, Bajogar a conversa, Retisnar os neurônios… Lida que se renova. Quem me dera essa trela… Fá...