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Cadente



Estrela cadente,
Que rompes aurora,
No dia carente
De tua demora.

Jamais me deslembre…
A baba de cego
Carrego, sem guia…

E tu, demorado
Amor, esqueceste
De mim, que sou falho,
Que sou desgrenhado,

Por vida biruta?
A gota de sangue
Me pinga da face…

Autor: Edigles Guedes


Abelha, Estrela, Cão e Eu



Zunzum de abelha-operária,
Na hora franzina, matinal.
A cera, que fazem, por enquanto,
Mercê de cimento e tijolo;

Por isso, a casa sobreleva.
De tanto arisca, edifica
Colmeia de nil hexagonal?

E eu — que estrela donatária! —
Navego os céus por desencanto
E minha a voz lhe acrisolo
No peito infante, abissal.

Sacudo coleira, mas escreva:
Que cão, por doméstico, salpica
A língua em dono abismal.

Autor: Edigles Guedes.


Noite ao Lar



Dessa noite jogada ao lar,
Como joga a caça de sede;
Onde onça despenca embuste;
Onde o caçador desarruma

Cabelo, tez, aprumo, instinto.
A Lua, sim, tolera estrela
De brilho breve, pus, horizonte
Escuro. Mocho cruja. O riso

Me rasga — aluguel de pavor,
Que nervos os deglutem, se for
Obséquio de glutão lazarento.

Moirejo na lavoura dos sonhos;
E, lá, percalço brinca de luta,
Esconde o desfrute da liça.

Autor: Edigles Guedes.


Noite



A Noite ruge.
Um lago plácido
Destrói o ácido
Humor, que muge.

A vaca, dente
A dente, mói.
Capim ridente.
A Dor me dói!

A brisa uiva
Um vento brando…
Estrela ruiva

Destila pando
Viver. Espaço:
Iglu abraço!

Autor: Edigles Guedes.


Ingrata



E fora de si,
De tão descontente,
Caminho por rua.
Asfalto tolero.

O pé, que resvala,
Me fala de ti,
Ingrata por tudo!
De mim, um suspiro

Voava em giro,
Em vão, o dolente.
Navega a Lua.

O mar, de sincero.
Estrela pedala.
O vento, saúdo.

Autor: Edigles Guedes.


Escape



Centavo, no bolso.
Caminho por rua
Estreita. A Lua
Desbota um riso.

Estrela espreita
Casal carinhoso.
Um grilo manhoso
Cantava; enjeita

O papo de sapo;
Coaxa sorriso.
Mansinho que piso.

A mão desembolso.
Convém, por fiapo,
Um lindo escapo.

Autor: Edigles Guedes.


Pinote



Ao nascer, galopei a Estrela d’ Alva,
Que brilhava; pondero: trela e calva.
Ao crescer, naveguei estreito mar,
Que bradava; sopeso: leito e lar.

Sorridente, vingou o siso — gato,
Que traquinas, viveu o falso chato.
Diligente, pingou o mel na sopa,
Que salgada, torceu o vento em popa.

O pinote do Amor — cavalo manso
Que solapa o coice brusco e ranço.
A bisonha (que Dor!) veleja oceano

De potocas inúteis. Desço o cano
Da agonia, por onde mordo triste
A fatiga: ocultar o Amor que viste.

Autor: Edigles Guedes.


Grades de Ti



Debaixo do pé de seriguela
Estavas… Corri para os braços
Da amada… Jungi lábios em laços…
Mudei um humor frustro em estrela.

Contudo, pareces amarela.
Sortuda, estás desanimada.
Que houve, Senhora, magoada?
Que bicho te morde, Tagarela?

— A Sina mudou. Duro fadário
A mim consumiu: fruto e desgosto!
Na tarde do mês belo de agosto,

Partiste; deixaste-me cnidário.
Navego em sol-posto; revivo
As grades de ti, que me cativo!

Autor: Edigles Guedes.


Aquário de Vida

À mercê dos favônios, Bisviver jigajoga, Bajogar a conversa, Retisnar os neurônios… Lida que se renova. Quem me dera essa trela… Fá...