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Andorinha



Chutei um balde
com Horas:
Um pontapé retumbante!…
E cavalguei por esquinas
E ruas, todas pintoras

De angústias chocas, bastantes
Sequiosas… Mágoas sentidas
Por quem caminha nas quinas
De mesa de escritório,

À caça de algum poema,
Jamais escrito na noite,
Que cedo se avizinha…

Ah! doce andorinha, minha
Parceira de quarto e sala
De mundo lúrido, cala!…

Autor: Edigles Guedes.


Acerca de Girassóis



Os girassóis são satélites do
Sol;
Pois cada qual gira derredor do
Sol,
Por movimento contínuo do terreno
Coração — servo da sina tão serena.

Ah! eu, que não nasci girassol, engreno
A máquina silente, que me condena
A viver por esquinas e ruas sujas,
Nas sarjetas do Ser, nas valetas tortas

Do Nada; enquanto, claudicante, me fujas
D
as minhas mãos, que nem um rio de mortas
Nascentes! Tu, somente tu, vasto Amor!

És capaz de me pôr de espantos, quando,
Cá, assisto um girassol, em pleno calor
Do meio-dia,
ninar a terra, cantando.

Autor: Edigles Guedes.


Meu Filho



E fazia-me de cavalo crédulo, pelos prados
Da América; enquanto deleitava-me com as Horas,
A passearem por ruas mofinas — longas demoras!
Que infindas Monotonias partiam ao meio alados

Versos! Indignos de constarem numa ata de reunião…
O que dizer de constarem num livro aberto ao sol?
Brincávamos de esconde-esconde em terra imaginária…
Jamais a Terra do Nunca haverá de se comparar

Aos campos, viçosos e verdejantes, que nós sonhávamos…
Havia fartura e teimosia, como Outrora;
Porém, o mundo era mais justo e tínhamos teu sorriso

Para alegrar o tempo de sol-posto, no horizonte…
Meu filho, enxota, põe para fora os olhares duros,
Há tantas terras para desbravarmos jungidos, juntos!…

Autor: Edigles Guedes.


Ao Caminhar




As flores, aos poucos,
Fenecem nas ruas.
Calçadas me gritam;

Lamentam as dores
Por mim: um tão podre
Ninguém de sapatos

Puídos, surrados
Por vida de cão,
Que vira a lata
Em cada esquina.

E, melro que não,
Me torno um canário
De país olvidado,
De préstimo alado.


Autor: Edigles Guedes.

Você é Forte



Você é forte, e isto é o bastante…
E tranque a lágrima em sua fronte;
E tranque às sete chaves, como se tranca
Um cofre cheio de moedas de ouro; e tranque

Sem fazer barulho algum, sem despertar
Os outros sonâmbulos, vagam que por aí,
Entre esquinas e ruas, vilas e vilarejos,
Nas grandes cidades, mas não sabem o porvir…

Desconhecem da Lua, o seu vagido; desconhecem rugido
De Sol nutrido, a sua alegria insondável de viver,
De sonhar os sonhos mais estúpidos, e inda assim sonhar.

Quando se sonha o
Impossível, tal como o Sol nesta manhã de janeiro,
É possível, sim, ouvir o marulhar do mar a quilômetros de distância,
E sonhar, simplesmente sonhar, com dias melhores, sem nuvens para anuviar…

Autor: Edigles Guedes.


Aquário de Vida

À mercê dos favônios, Bisviver jigajoga, Bajogar a conversa, Retisnar os neurônios… Lida que se renova. Quem me dera essa trela… Fá...