Palavra
tonteante e cruel disseste-me.
Sopraste
no ouvido meu leonino,
Que
magoou vocábulos sentidos.
Eu
fiquei sem chão: só barco sem leme.
Paredes
que apalpei de sóbria cal.
Contorço-me
no fio demais fininho,
Que
me sustenta, cá, no ar desatino.
Minha
língua pressente a pá de sal.
Quedei-me
no sofá pasmo da sala.
Um
longínquo tormento e colossal
Inundou-me
a alma já dilacerada.
Ó
bendita palavra! que me fere,
Que
me rasga, que fisga grão punhal
Na
boca ávida, rude carne: cárcere!…