Mostrando postagens com marcador Bicho. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Bicho. Mostrar todas as postagens

De mãos Dadas



Contemplo oblíquo mar…
Continua salgado
No seu vaivém desnudo,
Tal qual bicho; de par

Em par, sorve bramido
De leão na bravia
Pedra. Inda que almadia,
Freme nuvem; rochedo

Lastima seu calvário
Por não se circundar
Com onda, no minério.

Que furo! caso amar…
Pode rochedo e mar
Viverem de mãos dadas?…

Autor: Edigles Guedes.


Quesito: Gato



Um gato me galga…
Um bicho trombudo,
Com mimo troncudo,
Capaz de arrepios

No peito da gente…
As quatro canelas
Provocam canseiras
E diz-me asneiras,

Ao pé de ouvido…
A boca boceja,
Ronrona: cereja

Que lambe sua pata
Andeja. No rabo,
Solfeja, me acabo…

Autor: Edigles Guedes.


Babado



Amor que sabido
De dura a pena.
Por bicho, tomado;
Humor arredio.

Amor que descuido
O meu, me serena.
O lixo, aguado;
Tumor, arrepio.

Amor me depena!
O homem esguio,
Nariz de hiena.

Amásio barbado
Puxou assobio.
Mulher de babado.

Autor: Edigles Guedes.


Lagartixa



Uma pérola cor de ébano
Que dispara por muro plano.
E estuga o trote lasso.
Um cavalo soturno ou laço

De ausente quimera late.
Um besouro de vesgo abate.
Abocanha o bicho, bufa.
O balanço do quengo, ufa!

Serelepe, fremente, muge;
Mas ruído somente ruge.
Tosqueneja ao sol vulcânico.

Lacrimeja desdém e pânico.
Peregrino, também, por mundo:
Lagartixa, vintém jucundo.

Autor: Edigles Guedes.


Carrapateiro



Papa-bicheira, dentre o bico e os olhos
Forte laranja, sus! corisca. Os piolhos,
Mil carrapatos — caça a cota, incansável.
Papa lagarta, rói carniça intragável.

Sóbrio cupim destrói madeira já minguada.
Ave, pinhé devora o biltre à crua míngua!
Peixe trivial demonstra boca mui salgada;
Cava sabor na torta e triste sua língua.

Bicho rapina peixe, cumpre o desatino.
Gula que come fome, dor que nos destina.
Sanha assassina, torce os nós que me ensina.

Caro pinhém, também, decoro meu destino.
Pinto azul-celeste Céu e Amor por tino.
Tinjo de verde as mágoas, sortes más, cretino!

Autor: Edigles Guedes.


Escorpião




Bicho intrêmulo, capaz de comer um vivo,
Só piscar a sobrancelha miúda e larga.
Bicho tímido, capaz de correr à carga.
Mula ríspida, ferrão no final servido.

Quando vergastado, nunca foge à luta.
Arma carapaça, pinças ergue; o divo
Fino do infinito, soez veneno coagido.
Face de gentis palavras, trégua poluta.

Jegue cândido, capaz de ferrar um tiro!
Só querer; o sobranceiro avança e morde!
Burro sórdido, capaz de matar e estiro!

Quando fascinado, nunca solta; o lorde
Prende feminina, garras tortas, à tarde.
Fúria encalhada; não perante alarde!

Autor: Edigles Guedes.



Bactérias



As batatas fritas de tuas pernas,
Longilíneas, deitam-me afrontas ternas!
O que digo faz o sentido ou senso
A pular, de galho em galho, feito

O macaco sabe que seu defeito:
Os cambitos — laços demais extensos?
Escapole riso, vivaz pilhéria.
Recriminas; siso, exiges; léria.

Esticar o beiço por bruta birra.
Inflamar o peito de pulcra esfirra.
Desatar o bico de bicho em férias.

O que digo verte linguagem ácida.
O galgar de gata dengosa, plácida.
Destronar as tontas, gentis bactérias!

Autor: Edigles Guedes.


Aquário de Vida

À mercê dos favônios, Bisviver jigajoga, Bajogar a conversa, Retisnar os neurônios… Lida que se renova. Quem me dera essa trela… Fá...