Boca
aberta para embolsar o vil desuso.
Sempre pronto para suportar o
lixo escuso.
Quando peito plange, o debulhar de ledas
lamas.
Quem me dera fosse prolongar o medo esconso!
Seu
chorume chora candideza tão ferida.
Só, desfralda grita
destemida tão olvida.
Há chatice, riso descortina, mão na
grama.
Quem me dera fosse perlongar o tempo sonso!
Seu
desdém, estático, perdura; quem conhece
Seu enlevo tácito?
Candura cai, fenece.
Seu açúcar fora da panela, ocre
pele.
Sei que fala muito, de calado, quedo em canto
Sem
parede, como tartaruga, festo em pranto.
Sem rudeza, cose
badaladas sem o “ele”.
Autor: Edigles Guedes.