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Osga


Nenhuma nesga de céu azul,
Somente a manhã de tenebrosa,
De nuvens a brincar com os cravos
Do céu de outono, com folhas secas,

Mortinhas da silva, silvo solto —
O vento nubífugo assobia
Pianíssimo contigo, tardio,
Exíguo, com gastura pra dar,

Vender, comprar e desperdiçar.
Nubífero trovejou suas mágoas.
Imbrífero calejou suas tréguas.

Estou gafo pra acabar com isso:
O tudo que me restou no copo
De cólera, bêbado por osga!

Autor: Edigles Guedes.


Febre — Três



Nesse torto instante, tenho febre.
Não sei se existo; para que existo?
Se a Existência me contamina
Com febre hidrófoba, ciciando

De febre curva na minha vida…
Esta febre que, com depressivo
Olhar, me bota em canto de quarto,
No aguardo possível de um surto

De cólera ou será de loucura?
Já não sei o que sinto, sentido;
Já não sei o que penso, pensado;

Já não sei se minto, quando calo
A voz piedosa do coração.
Ah! o elixir que me deixa são!…

Autor: Edigles Guedes.


Ideia de Cólera



Martelo a mesmíssima ideia…
Em noite morena, penhoro
Coragem nas guelras de peixe…
Com língua-de-sogra no bolso,

Caminho por rua dourada,
À cata de coisa perdida.
Alguém, que deseja o alento
Da sorte, da sina mofina,

Destranca sorriso de escárnio.
Aceno com quengo de calmo;
Embora, por dentro, me bramo

De dores, assaz dissabores.
A gota-serena me pinga
A cólera — crê-me que ginga!

Autor: Edigles Guedes.


Mandala

Uma mandala de cores azul, vermelho e roxo.


Caravela babou, fétida, a sua cólera.
Suei frio; calei meu desejo de mar morto.
Sofri demais com insano e cáustico dilema.
Esparramou-se o meu dentifrício tão fosco.

Deixei transparecer um gosto ou contragosto.
Esbanjei as palavras sem cédulas rimas,
Que calaram em minha bocarra. — Que Tolo!
— Falaram, maldizendo todos esta sina.

Por que amo tanto a quem não se tolera amar?…
Se ela me sorri, eu me derreto à sorrelfa.
Se ela faz um simplório gesto de mandala,

Sou capaz de pular das nuvens que me grita.
Ela não me sorriu, jamais que me deu trela.
Por isso, sofro dessas jornadas sem vindas!…


Vão os Anos



Nenhum grugrulho de Poema
Desata em minha mão tão lesta…
Nenhuma Cólera ou Dilema
Portou na brava e leve aresta

Do Dia torpe ou Noite finda…
A Lua — arauto a navegar…
Navio sou e navego, inda
Que os Mares tentem me afogar…

Não sei que cais ou porto vou
Parar; porém, antes que a bordo
Comigo venha albatroz, voo

Para tão longínquos Oceanos,
Da minh’alma dentro, a cisbordo…
Passam grãos os Dias, vão os Anos…

Autor: Edigles Guedes.



Aquário de Vida

À mercê dos favônios, Bisviver jigajoga, Bajogar a conversa, Retisnar os neurônios… Lida que se renova. Quem me dera essa trela… Fá...