Claro, arranquei, por detrás da roseira,
Um belíssimo espinho dos olhos teus;
Todavia, esqueci-me de arrancar
Um pequenino cisco dos olhos meus.
O dito espinho cravejou no meu dedo;
A princípio, doeu; tempestuou, sem medo,
A minha fronte contra o espinho na carne.
Com ternura própria de mulher trigueira,
Você deitou suas mãos lívidas nas minhas
Mãos, e bravamente sorriu para mim…
Você desovou o nocivo espinho abaixo…
Por pouco, arrepiei carreira; mas, você,
Sempre você, assoprou-me o dedo sofrido,
Fez-me um denguinho qualquer, me derreti!…
Autor: Edigles Guedes.