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Bem-te-vi — Dois



Bem-te-vi, ó meu bem-te-vi!… Por que choras assim?
Eu sou teu irmão de bico e cântico, repito,
Pois, as mesmíssimas palavras frequentemente;
Não me assombro com isto, ao contrário, desencanto

Varre o meu íntimo, em cabal tristura; suplanto
Tudo com sorriso sonâmbulo pelos dentes
Da boca, adormecida pelo meu canto tão fácil…
O canto não é ledo, nem triste; antes de tudo,

É somente sóbrio, como sóbrio são as manhãs
De Primavera no Sertão adentro ou afora;
Maiormente, sóbrio e seco; tão seco, que amarga

A língua do dizente, expondo o retirante
Ao risco de viagem renhida para longes
Terras, tão distantes do lar e do meu cantar!…

Autor: Edigles Guedes.


Tivéssemos Asas



Ah! se tivéssemos asas,
Como os pássaros!… Casas
Faremos, de galho em galho…
Seremos felizes, caro

Amigo do tempo oblíquo…
Saudade faria morada
Em nosso peito perspícuo?…
A mágoa voaria pra longe…

A lágrima sorriria
De felicidade pia…
Ousaria alguma tristura

Despertar-nos da quimera?…
Viveremos sem amargura,
Tão segura na moldura…

Autor: Edigles Guedes.


Cavalo



Cavalo partiu.
Corrida surgiu.
A crina que voa
Bastante, de tola!

Os pés de poeira
Sustém capoeira
No ar. A coceira
Me pega; bobeira

De quem a tristura
Amarga, teimoso.
Cabeça: fritura

Ao vento viçoso.
O trote censura
Arrojo mimoso.

Autor: Edigles Guedes.


Cardeal-do-Nordeste



Por galo-de-campina
Conheço passarinho
De cor, que escarlate
Pintou caraminhola.

Granívoro, degusta
Caju e a semente
Engole por inteira.
A sobra? O sequer

Sonhar por um qualquer!
Ingere seriguela.
Pacífico, gorjeia,

Com jeito de insano.
Sublime em textura,
Afasta-me tristura.

Autor: Edigles Guedes.


Aquário de Vida

À mercê dos favônios, Bisviver jigajoga, Bajogar a conversa, Retisnar os neurônios… Lida que se renova. Quem me dera essa trela… Fá...