O túrbido mar, que canoras as ondas
Se vão triturando, rasgões, hediondas
As vozes das águas em fúria gigante.
Agita desânimo dentro da gente.
Carótida pulsa com medo faiscante.
O corpo, de mórbido, estático; sente
As pernas, de trêmulas, tácitas; quente,
O ventre carece de pulo por boca
Afora; suor escorrega por face,
Agora; bastante gagueja por mouca
A mente. Sossego que tanto me lace
No tempo de duro perigo flagrante!
Cabelos de mar? Evadidos. Demente,
Se dana com náufrago o barco decente.
Autor: Edigles Guedes.