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Conto de Outono



Uma folha crócea que dança,
Ao sabor do vento aguerrido…
O vento muge: — Não se canse!…
Vá devagar que a vida é pouca!…

A folha, furibunda, risca
Um sorriso mordaz no rosto,
Joga para longe um chuvisco,
Que teimava em cair naquela

Tarde fria, de outono lívido.
Quase pondo a língua pra fora,
Disse a folha, de cenho vívido:

— Cuide da sua vida, pois cuido
Da minha, é que lhe digo. Nisso,
Veio o inverno: a folha finou.

Autor: Edigles Guedes.


Pulga com Carinho



É pequena a pulga, escura e pula;
É treteira e suga o sangue pio.
Ah! debruça, pura e sã: desdita,
Feito carne na panela, frita.

Ah! veneno das manhãs de inverno!
Neve alguma cai no seio materno
Do sertão, que cheira ao nu licorne…

É miúdo o meu carinho, pune
Tão pertinho; vai, mansinho; pisa
Dengo; move mãos, divã, mulher;
Torce pernas, pés. Nariz requer

Cheiro tão sublime, minha Alteza!
Pode não… Esconde, minha bela,
No tugúrio! Ou: fera engole, anela…

Autor: Edigles Guedes.


Socó



Socó que singra os altares dos ares cientes,
De inverno pingue, manhoso. Pousar de lentes
Nas pernas calvas, sonhoso. Perdura asfalto
Na voz estridente de néscio. Esboçar prudências.

Esturro, onça-pintada nas horas machas.
Mugir em bravo do boi, que lamenta as taxas
De mil saúdes perdidas nas sendas. Saltos
De dados múltiplos. Lei d
e maltês vivência.

A
flecha e bico que peixe dardeja e sente
O fim da vítima frita: perplexo o ser!
Presente físico; mágoas, acá, ausentes.

Amor que cinge a toleima dos braços meus.
Sucede nunca a consorte do bem-querer;
Mas é conforme a bendita cessão de Deus.

Autor: Edigles Guedes.


Aquário de Vida

À mercê dos favônios, Bisviver jigajoga, Bajogar a conversa, Retisnar os neurônios… Lida que se renova. Quem me dera essa trela… Fá...