Edigles Guedes
Braços desnudos, tais fiambres cômicos,
Deslizam que nem corda de enforcado
Por meu pescoço; braços afônicos,
Que sufocam as lágrimas; legado
Do milagre do tartamudear mudo
De coração prisioneiro; grão lago
Em que cisnes navegam rudes muros
De mágoa silente; braços amargos
Que aquece impávido beijo varonil
Até arrefecê-lo em lençóis etéreos!…
Braços daninhos, que me embaçam; anil
De tarde ancha de si, tal porco-espinho
Bravo, ao ser acuado; braços pulvéreos,
Purpúreos, constrinjam-me em vosso ninho!…
19-3-2010.
Inspire-se. Surpreenda-se. Viva com leveza. Aproveite os sonetos. O romance. A desilusão. O amor. Leia e curta.
Aquário de Vida
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