O Amor é Cínico Cego

Edigles Guedes

Leixei-me quedar num abismo escuríssimo,
Como Excalibur — certa espada armipotente
Do valoroso rei Artur — foi jogada (no istmo
De sua morte ao seu mito) num lago; e os candentes

Braços duma Senhora acolhera-a em seu regaço.
Agora, neste claustro, cumpro pena em lugar
Do réu — meu coração! —, que clama pelo laço
De perdão da Dama amada. Vida: a subjugar

Meus desdouros flamantes de Amor, consumidos
Pelas mágoas dos olhos teus. Vivo, portanto,
A pelejar contra sentimento dorido,

Que me abisma sua incisão na descabida
Alma. Amor é cínico cego que vê o visto,
Mas cala-se a boca cérida e comovida!…

13-2-2010.

Aquário de Vida

À mercê dos favônios, Bisviver jigajoga, Bajogar a conversa, Retisnar os neurônios… Lida que se renova. Quem me dera essa trela… Fá...