Edigles
Guedes
Por que
existo sem os teus benditos
Olhares?
Se há de penar que insisto
Em viver
longe dos olhos vistos.
Que
imprevisto me uniu a mim ao dito
De ver
olhos tão castos, castanhos:
Meu
existir de sorongo e pamonha?
Não sei se
desisto… Há quem me ponha,
Rosto a
rosto, com olhos de acanhos?
Deveras, os
tortos foram meus pés,
Que me
levaram para juntinho;
Fizeram-me
sentar nos canapés.
Sim, se
existir for fogo sem ninho,
Eu prefiro
um tremendo pontapé
A viver
sem gole de carinho.
13-9-2011.