Edigles
Guedes
A ostra:
compacta, amassada leseirice
De poeira
e areia do mar, sem caspas moribundas;
Alice,
singela, e sua tagarelice
De
Chapeleiro Maluco, com cenas mudas
Do Gato
Risonho, escondendo longa cauda
E, por
último, seu sorriso matreiro.
Somos
todos Daniel Defoe ou mosqueteiros?
Somos
somente simples crianças com fraldas?
A ostra
dorme (prazenteira) de milênios
Sonos que
não despertam sonhos, que não acordam
Travesseiros
ou fronhas em seus silêncios.
Bivalve,
de quando em vez, ela resolve seu
Problema
de aritmética: eis que engordam
As
louvaminhas dos versos, como fariseu.
16-9-2011.