Edigles
Guedes
Verte o
cálice de angústia e dor, claro íntimo!…
Aponta-me
o dedo indicador e acusa-me
De falta
de Amor; de imprudentes e palavras
Gris à
toa, lançadas à canoa sete ventos!…
Sinto-me haver
coração frágil sem arrimo,
Num mar
sem cabelos; barco nau sem velame;
Lavrador
que, na seca, definhou boas lavras!…
Aflige-me
vorazes e atrozes tormentos!…
Fico a
imaginar: quem sabe Amor a molestar
Pode-se de
tanto pensar; o pensamento
Faz curva
por bairro errado, assaz afastado.
Eu pequei,
e por haver pecado, eis deixo estar
O meu ser
transmudado em arrependimento
Sincero;
perdoa-me, ó Senhor, o meu vil estado!…
10-9-2011.